sábado, 27 de março de 2010

Por trás da fama: Idalvo's

Obs: com fotos do celular, ok? Antes isso do que nada...

Foi uma ligação no meio do dia que me trouxe a possibilidade de conhecer um lugar que sempre quis ir, mas nunca dava certo: o Idalvo's.

Desta vez, o colega da firrrma que fez a proposta foi o Carlão, que também é bom de garfo, leitor deste blog e iniciado no Idalvo's. O maridão, que assim como eu também não conhecia o lugar, topou conferir o que faz a fama do restaurante. Até então, o que eu sabia era que o restaurante tinha pescados de excelente qualidade (alguns provenientes até do exterior) e que o preço era tão salgado quanto o bacalhau antes do preparo. Mas como estou em semana "detox" (é que a palavra "regime" não consta no meu dicionário), achei que um peixinho cairia mui bem no almoço, mesmo não sendo uma pechincha.



O lugar é bastante simples, com decoração rústica e TV ligada no Globo Esporte. Para sentar-se, existe a opção de varanda ou salão fechado com ar-condicionado. Obviamente, optamos pelo ar-condicionado, ainda mais que em todas as mesas há um pote gigantesco da pimenta da casa, o que torna a refeição bem mais "calorosa".

Das brabas...

Xeretando no cardápio, vi que os preços são realmente altos, porém a maioria dos pratos é tamanho família, ou seja, podem ser divididos em várias pessoas e o preço varia conforme o tamanho (tem pratos que são feitos para até 20 pessoas, com necessidade de aviso prévio). O cardápio é extenso e por ele desfila toda a turma dos amigos do mar: camarões, lagostas, vieiras, polvo, lulas, vôngole, mariscos, ostras, mexilhões, bacalhau, salmão, abadejo, linguado, etc, etc, etc. No almoço de terça a sexta existe um menu executivo chamado de "almoço vapt vupt", com pratos individuais, de preparo menos demorado e preço um pouco mais camarada. Há até opções de lagosta por R$ 56,00.

Os rapazes resolveram dividir um risoto de frutos do mar que, segundo o Carlão, daria para morrer de comer e ainda levar a quentinha pra casa. Como estou no período "detox" e não queria me entupir de arroz, optei por um linguado do menu vapt-vupt, que ainda contava com saladinha e pão de alho de entrada e sorvete com calda de morango de sobremesa (que foi gentilmente cedido ao maridão) e cujo preço era de R$ 34,00. A saladinha era bem básica, mas o pãozinho estava bem gostoso e todos acabaram comendo. O peixe veio acompanhado de molho de camarões, dois camarões grandes, arroz de tamburil, legumes na manteiga e esparregado de espinafre (não chega a ser um creme, mas é como se fosse espinafre amassadinho). A quantidade era ótima, bem suficiente para um prato executivo. O peixe estava fresquíssimo, com textura perfeita e muito saboroso. Já os camarões grandes não achei maravilhosos, mesmo porque não sou muito chegada em camarões que vêm na casca, não gosto daqueles olhinhos pretos e das patinhas no meu prato.

Ah, estes olhinhos me matam...

Já o risoto de frutos do mar era lindo! Veio em uma panela grande de ferro, com frutos do mar quase inteiros, como camarões, mexilhões na própria concha, tentáculos de polvo, anéis de lula, mariscos. O tempero era o necessário para tornar tudo harmonioso, porém sem ofuscar o brilho dos amigos do mar. E realmente, eles comeram até se fartar e ainda sobrou um pouco para a quentinha. O valor de R$ 139,00 pelo prato pode parecer caro, mas só a quantidade de camarões grandes já faz valer.

Fartura!

O serviço era atencioso, cortês e rápido. Acredito que a fama do Idalvo's seja justa, já que a proposta é a excelência dos pescados. Em termos de valores, a logística e armazenamento deste tipo de alimento acaba refletindo em seu preço final, mas prefiro pagar um pouco mais caro por algo fresco do que comer peixe congelado. Faz toda diferença.

Idalvo's
http://www.idalvos.com.br/

quinta-feira, 18 de março de 2010

Churrascolândia

O conteúdo do post de hoje se assemelha ao da saga em busca da feijuca perfeita, porém o tema é outro: Churrascaria.



Existem diferenças entre os estabelecimentos denominados "Churrascaria", portanto, vamos logo esclarecer alguns pontos:

Churrascaria-Rodízio: o famoso "espeto-corrido", sistema no qual as carnes desfilam aos olhos dos comensais, é o meu favorito. Logo, é o que tem menos oferta em Campinas.

Churrascaria (e somente churrascaria): em Campinas existem diversas casas que servem churrasco, porém no sistema à La Carte. Ou seja, é como pedir um prato qualquer, só que feito na churrasqueira. O mais incrível é que sempre uma dessas casas leva o título de Melhor Carne pela publicação da Veja Campinas.

Costelaria: é uma churrascaria especializada em costela (de boi), mas que serve outros tipos de carne, também à La Carte.

Steakhouse: churrascaria no estilo americano, ou o famigerado Outback, no caso.

Já que o sistema que mais gosto é o rodízio, falemos primeiramente dele. Sempre que tenho vontade de comer em uma boa churrascaria, lembro-me que em Campinas não há um rodízio que me deixe plenamente satisfeita. Não em termos de quantidade, mas em termos de qualidade. Por exemplo, o atendimento em um rodízio tem que ser atencioso ao ponto de se respeitar as preferências dos clientes, no que diz respeito ao ponto da carne e aos tipos de corte. Se eu gosto de carne mal-passada e deixo isso claro cada vez que o garçom me traz aquela picanha carbonizada, ele tem que me trazer a carne no ponto que eu desejo. Isso em uma churrascaria deveria ser padrão, mas infelizmente, não é o que costuma acontecer por aqui.

Nem na Montana Grill, que já foi boa um dia, mas hoje está um tanto quanto decadente. Isso porque é um dos rodízios mais caros da cidade e não oferece um décimo do que uma churrascaria similar em São Paulo oferece. O atendimento é péssimo, jamais respeitam o ponto da carne e, se me perguntam quais os cortes da minha preferência, não sei o que eles fazem com a resposta, porque nunca me trazem o que eu peço. É sempre aquela maldita sequência de todo rodízio meia-boca, que consiste basicamente em frango, lingüiça, coraçãozinho, fraldinha, alcatra, picanha, fraldinha, alcatra, picanha, cupim, pintado na brasa e tender com abacaxi. Quando aparece um cordeiro ou um mignon com alho, é bom pegar uns 4 pedaços de uma vez, porque eles jamais aparecerão de novo, mesmo implorando a qualquer um que se aproxime da sua mesa (eles lançam aquele tradicional "já vou trazer" e depois, fingem que nunca te viram na vida). O buffet de saladas e acompanhamentos até que tem bastante variedade, mas o que deveria ser o mais importante, que são as carnes, deixam muito a desejar. O preço por pessoa é algo em torno de R$ 50,00.

Outro dia fui conferir um rodízio que abriu perto da firrrma, para nossa aparente alegria. Obviamente, chamei meu parceiro Xana (que também se esbalda numa boa Churrascolândia) para conferirmos se teríamos mesmo um oasis gastronômico a poucos minutos do trabalho. Apesar de ficar em um posto de gasolina na estrada (o que já remete à idéia de muquifo), fizeram um lugar todo cheio de pompa, com fachada em aço escovado, vidros grandes e piso de granito. O gerente bonachão fica na porta dando as boas-vindas no melhor estilo interiorano - "Olá meus amigos, tudo bão? Mesinha para dois? É pra já!" - muita simpatia na recepção, mas não passa nas mesas perguntando se está tudo bem. O buffet de saladas e acompanhamentos parece bom à primeira vista, mas se algum rechaud fica vazio, eles demoram uma vida pra repor. Aí você volta para sua mesa, porque o que realmente importa são as carnes, certo? Pois é, vem um tipo a cada 5 minutos, mais ou menos. E o garçom chega murmurando do seu lado, com uma baita má vontade e uma faca na mão, o que me tira um pouco a coragem de reclamar do serviço. Um deles, responsável por servir o "risoto de palmito" (entre aspas porque é óbvio que não era um risoto), me ofereceu estando do outro lado da mesa, e não ao meu lado. Quando eu disse que queria, ao invés de vir do meu lado, ele simplesmente esticou o braço sobre a mesa, com a colher cheia de arroz, para colocar no meu prato com aquela sutileza. Daí que meu refrigerante ficou com arroz boiando e ele fingiu que não viu, assim como o outro garçom que trocou a bebida, porém cobrou pela mesma. Lixo ou não? E o sonho do oásis gastronômico do lado da firrma terminou... Ah, o nome do posto é Garcia, logo, o nome da churrascaria é Garcia Grill.

Outro lugar que tem fama na cidade é o tal do Matuto, um rodízio de tudo, não só de carnes. Foi lá que fui apresentada à iguaria "coração à milanesa", um coraçãozinho de frango empanado e frito que, quando espetado com o garfo, lança um jato de óleo pela artéria. Um colega que estava na mesa pegou a salada com camarão do buffet. De repente, ele levantou-se e foi correndo no banheiro. Perguntamos o que havia acontecido e ele disse que foi cuspir o camarão, pois logo que colocou na boca sentiu um gosto forte de amônia. Medo! Não preciso nem continuar o relato, certo? Mas o pessoal local adora o lugar, portanto talvez este tenha sido um dia infeliz ou eu seja mesmo muito exigente. A questão é que não tô afim de ir tirar a prova, tudo bem pra vocês?

O Coxilha Grill, em Barão Geraldo, foi palco de uma confraternização da firrrma há alguns anos. Não sei se foi por causa da mesa com quase 30 pessoas ou se é padrão do lugar, mas para se conseguir uma bebida, era preciso gritar para o garçom quando ele passava, dar vexame mesmo, senão ele ignorava totalmente os apelos. Lá também fui apresentada a outra iguaria, tão estranha quanto a do Matuto: Quitute de Frango. Era um prensado de carnes de frango com tempero, formando algo semelhante a um cilindro. Picanha era luxo... Sinceramente, não voltei mais para saber se aquela situação foi uma circunstância isolada, mesmo porque quase arrumei briga com um garçom que foi muito mal-educado (eu, que sou tão paciente, imaginem).

Ainda não conheço outros dois rodízios da cidade: Hereford's e Gran Ville. A visita já está programada para que eu possa relatar aqui no blog. Se alguém quiser opinar, à vontade. Mas algo me diz que não serei feliz, dado o meu histórico acima relatado.

Quanto às churrascarias à la carte, falarei em um próximo post sobre o Cenário, Red Angus, Baby Beef, Hirata, Colonial Grill e Carro de Boi.

Montana Grill
www.montanagrill.com.br

Garcia Grill
www.garciagrill.com.br

O Matuto
www.omatuto.com.br

Coxilha Grill
(não possui site próprio)
Rua Projetada, 2701
Santa Genebra, Campinas
(fica no famoso Tapetão)

Obs.: o termo Churrascolândia do título do post refere-se a um episódio do extinto
humorístico Hermes & Renato, no qual o pessoal enaltece todos os clichês envolvidos na experiência gastronômica que é visitar uma autêntica churrascaria. Caso você goste de humor tosco, vale à pena ver o vídeo. Segue caminho do youtube:

www.youtube.com/watch?v=pTn3PfQC7sk

terça-feira, 2 de março de 2010

Joelho "Parade" - Agora com fotos!

Conforme prometido, o post agora conta com as fotos (não que eu as tenha recebido, mas fiz questão de voltar lá para tirar novas fotos e comer um pastelzinho de joelho, porque ninguém é de ferro...)

Pessoal, começo este post com um pedido de desculpas pelo meu quase-sumiço. Acontece que o maridão está out of town e eu não tenho recebido convites nem do pessoal da firrrma para nenhuma investida gastronômica (sim, isso é um puxão de orelha endereçado aos que também andam sumidos). Acertos de contas a parte, aqui cabe mais uma explicação: como esqueci de levar minha câmera no último happy, acabei pedindo uma emprestada, cujas fotos não chegaram até mim, portanto o post vai sem fotos por enquanto e, assim que recebê-las (caso eu as receba um dia), prometo incluir no post.

Fui convidada para um happy-hour no Chopp do Fritz, um lugar simpático que mescla choperia e restaurante e que, durante a semana, oferece sistema de "double chopp" entre às 17h e 20h. Nada mais é do que cobrar a metade do preço por chopp, que não para de chegar à mesa sob o pretexto da promoção. De fabricação própria, o choppe vem de Monte Verde e suas variações são Klar (tipo Pilsen), Natur (Pilsen de cor mais "turva", cuja fermentação é mais demorada), Dunkel (escuro), Köelsch (alta maturação e fermentação longa) e Weissbier (cujo sabor lembra cravo-da-índia e banana). Há opção de pedir na caneca ou no copo grande, com preços distintos também.

E também há a degustação, cada tipo vem em seu copinho de shot. Da esquerda para a direita: Klar, Natur, Dunkel, Koëlsch e Weissbier

Mas para alguém como eu, que sempre prioriza os comes em detrimento dos bebes, o que realmente me encantou no Fritz foram as opções de petiscos com o ingrediente que eu mais adoro na cozinha alemã: joelho de porco. São pastéis, sanduíches, escondidinho, tudo feito com joelho. Destaque para o pastel de joelho, que leva catupiry (o autêntico) no recheio e vem com a massa sequinha. O formato é de uma meia-lua, de tamanho quase pequeno, fazendo com que não sobre um pedacinho sequer sem recheio. Trocadilhos infames a parte, é de comer de joelhos! A carne vem em lascas macias e suculentas, divino!

Irresistível...

O sanduíche, no tradicional formato "boquinha de anjo", traz o joelho desfiado e pode conter diversos tipos de queijos. O que comemos vinha com provolone e vinagrete e a proporção entre os ingredientes estava perfeita. Não preciso nem mencionar a maciez da carne, extraordinária.


O Fritz ganhou pontinhos comigo: apesar dos famigerados sachês, mostarda de respeito.

Fiquei na vontade de provar o escondidinho, se já tenho tara pelo tradicional, que dirá pelo de joelho com catupiry, deve ser sublime. Vou deixar para a próxima visita, que não deve demorar muito para acontecer, e aí aproveito para tirar as fotos de novo, assim posso finalizar este post que ficará pendente, por enquanto. (as fotos estão aí, fico devendo a opinião sobre o escondidinho)

Continuei sem provar o escondidinho, pois a galera pediu o mega joelho aí da foto e não tive como não compartilhar. O joelho, que pode ser à pururuca, vem acompanhado de salsichões, chucrute e batatas. A "porçãozinha" da foto sai por R$ 43,20 e quatro pessoas podem petiscar tranquilamente (se for uma refeição, serve duas pessoas).

Durante o horário do happy o lugar não estava lotado, mas acabou enchendo depois das 20h. Passei algumas horas por lá, sempre com uma caneca de chopp na frente, e minha conta não passou dos R$ 30,00. O chopp em caneca custa cerca de R$ 4,00 (que sai por R$ 2,00 durante o happy devido ao "double-chopp") e o pastel de joelho, R$ 3,00. Há mesas na calçada, na varanda e nos salões de ambos os pisos. Como eu gosto do clima de boteco, minha primeira opção é a calçada.

Agora quero voltar lá especialmente para conferir o almoço-executivo, pelas fotos do cardápio, fiquei bastante "tentada".

Chopp do Fritz
www.choppdofritz.com.br