quarta-feira, 28 de abril de 2010

Thai Express: será que encontrei?

Gente, morri. Descobri um fast food thai no Shopping de Valinhos! Com pad-thai a R$ 19,20!!!
Ok, tirando a emoção de lado, vamos aos fatos:

1. A-M-O comida thai, isso não deveria ser segredo para os bons leitores deste blog;
2. Comida tailandesa no nosso país é cara - na nossa cidade, bem cara.
3. Um fast food de comida thai? Até então, inexistente na RMC (com a obviedade do nome, deve ser o primeiro mesmo, senão já teriam reclamado a patente).

Quando soube que o Thai Express havia sido aberto no shopping de Valinhos, não sosseguei até ir lá conferir qual era a do lugar. Repeti para mim mesma que deveria ter calma, ser cautelosa com minha euforia pela nova descoberta, porque havia grande possibilidade de me decepcionar. Após uma tentativa frustrada, na qual resolvi ir buscar um Pad-thai para comer no almoço e me ocorreu a brilhante idéia de levar a Mei Ling comigo (para quem não sabe, Mei Ling é minha sharpei de 3 anos), tive que voltar antes de chegar no shopping porque a Mei, digamos, regurgitou no banco de trás do carro (tô tentando ser fina)... Como sou Mais Olho que Barriga e não desisto nunca, já no dia seguinte fiz nova tentativa, conseguindo desta vez ir até lá e voltar com a quentinha (e sem a Mei Ling) para o almoço do domingo.

Chegando lá, minha primeira impressão foi boa. Apesar de ter birra de praça de alimentação, acabei relevando já que o rango seria to go. O lugar é bonitinho, com uma vitrine que permite observar o preparo dos pratos. Apesar do nome ser Thai Express, o cardápio traz muitas opções da cozinha asiática em geral e só algumas específicas tailandesas. Talvez tenha sido prudente por parte do proprietário, já que a massa consumidora das praças de alimentação não deve mesmo estar muito acostumada com a culinária tailandesa, tendo em vista seu preço elevado. Por isso, muitos pratos da cozinha japonesa e chinesa ajudam a tornar o cardápio mais familiar, como gyosa, rolinho primavera, frango xadrez e yakissobas.

Gostei de ver opções como o Tung Tong, que são trouxinhas fritas recheadas com camarão, servidas com um molho tipo sweet chilli (que eles chamam de "agripicante") e os três tipos de curries (verde, vermelho e amarelo), com acompanhamento de arroz Thai Jasmine. Senti falta dos fried rice, que são tão tradicionais quanto os noodles e não podem faltar em um cardápio thai, por mais simples que seja. E também na seção dos noodles, de thai mesmo só o Pad-Thai, o resto é Yakissoba. Mas ok, até aqui estava tudo indo muito bem, não havia me frustrado com nada ainda e sentia-me confiante para eleger meu fast food favorito.

Escolhi o Tung Tong de entrada e pedi dois Pad-Thai para levar (um pra mim, outro pro maridão) e a porção não desapontou. Apesar da apresentação não ser das melhores quando você pede pra levar, nas inevitáveis embalagens plásticas, o aspecto da comida era bom. As trouxinhas, por serem fritas, acabram murchando por causa do vapor da embalagem, mas nada que 5 minutos no forno não resolvesse. O Pad-thai estava gostoso, mas alguns sabores essenciais estavam faltando, como a folha de lima kaffir, o molho de tamarindo e até o nam pla (molho de peixe). Lógico que os camarões eram pequenos, por esse preço também não poderia exigir que fossem grandes e no ponto perfeito de cozimento, e o talharim era o certo, de arroz. Os brotos de feijão também ficaram prejudicados pelo vapor da quentinha, perdendo sua textura original - o que não é demérito para o restaurante, fui eu que escolhi levar pra casa.

Na avaliação final, meu veredito é de que o prato estava OK - nem ótimo, nem ruim, apenas OK. E não acho que isso seja reflexo do preço mais baixo, pois se a intenção é fazer culinária tailandesa, então que sejam utilizados os ingredientes originais, que dão alma aos pratos. Pode-se cortar custos com a utilização de camarões pequenos, mas daí a excluir ingredientes essenciais, sou contra. As trouxinhas de camarão estavam bem gostosas, ponto pra eles. Mas fica a observação: investir na compra de ingredientes originais, mesmo que restringindo a quantidade em sua utilização, fará com que os pratos fiquem infinintamente melhores. Aí sim o Thai Express vai ser eleito o meu fast food do coração.

Thai Express - Shopping Valinhos
Rua Paiquerê, 200 - Valinhos/SP
2ª a sábado: das 10h às 22h
Domingo: das 12h às 20h
Cardápio: http://www.thaiexpress.net.br/cardapio.html

P.S.: sorry pelo post sem fotos, mas não achei que fotos de quentinhas ficariam bacanas... Para quem quiser ver, segue uma foto da Mei Ling, figurante deste post...

Tem como ficar brava com uma coisa dessas?

sábado, 24 de abril de 2010

Enfim, o Fellini!



Antiga Cantina Fellini, hoje Ristorante e Vinheria Fellini - independente do nome, a verdade é uma só: o Fellini é um dos restaurantes mais bem sucedidos de Campinas na difícil tarefa de fidelizar seus clientes. Além disso, conseguiu também atingir um patamar de regularidade que confere à casa um status de "referência permanente" quando o assunto é gastronomia: não tem quem não pense no Fellini ao indicar um restaurante na cidade. Daí as infindáveis filas aos finais de semana.

A inspiração para o nome vem do cineasta italiano Federico Fellini, cuja obra serve tanto de elemento decorativo do restaurante, como para nomear os pratos. Com ares de cantina, toalhas verdes e vermelhas, cadeiras de madeira e palha e inúmeros objetos antigos espalhados por todos os cantos, por lá já passaram muitos famosos que deixaram suas marcas estampadas nas paredes. No cardápio, pratos tradicionais da cozinha italiana que prezam pela simplicidade e fartura, como massas frescas feitas na própria cucina, servidas fumegantes em cumbucas de barro. Risotos, carnes e peixes também têm sua vez no menu, além dos deliciosos antepastos. Após passar por uma reforma em 2008, o restaurante agora conta com adega climatizada com capacidade para mais de 900 rótulos.

Ares de "cantinona"

Apesar de ser um restaurante que todos conhecem e indicam (daí a demora do blog para avaliar a casa), a dica do dia é para o almoço executivo, que conta com boa variedade de pratos individuais a preços interessantes e, o melhor, sem filas! Com este apelo, eu e o companheiro já conhecido deste blog - Xana - saímos da firrrma em busca de alento para nossos estômagos famintos.

O menu do almoço traz opções de massas como lasagna, gnocchi, fetuccini e ravioloni, além de risotos, peixes, carnes e frango. Pode-se optar por couvert ou salada, já incluídos no valor do prato, algo em torno de R$ 30,00. Nessa hora não conseguimos fazer o melhor para o blog e acabamos pedindo o mesmo prato - a lasagna aos três funghis. Quase deu briga porque o Xana tá numas de fingir que faz regime e queria dividir o prato, que já era individual. Obviamente, falei que não iria dividir coisa nenhuma, onde já se viu propor uma coisa dessas pra mim... Pedidos feitos, pelo menos escolhemos opções distintas quanto ao couvert e salada.

O couvert do Fellini é digno de menção, pois os pães são excelentes, além das ótimas sardella e azeitonas chilenas carnudas - com destaque para a quantidade, que não era individual não... A saladinha foi uma das mais bacanas que já vi em menu executivo, com grande variedade de folhas e um tomate tipo concassé, sem pele, sem sementes, em tiras largas e temperado com azeite.

O verdadeiro pão italiano, fresquíssimo.

A salada nada ordinária

Quando chegaram as lasagnas (que vieram muito rápido, diga-se de passagem), meus olhos brilharam: a cumbuca veio fumegante, com aquela fartura de molho branco gratinado fazendo bolhinhas. Após muito assoprar meu primeiro pedaço no garfo - com medo de repetir um episódio no qual minha mãe queimou até o esôfago com uma lasagna do Fellini - comprovei o que já esperava: a massa finíssima permitia que o delicado sabor dos cogumelos se sobressaísse, fazendo o equilíbrio perfeito entre os três elementos - massa, recheio e molho. E a quantidade era bem farta, quase teria dado para dividir... (eu disse quase!)

Na sua opinião, dava pra dividir??

Com os estômagos plenamente satisfeitos e reconfortados, optamos por não nos desgraçarmos por completo com uma sobremesa e pedimos a conta. O total para cada um foi de R$ 36,00 - incluindo bebidas e serviço. Totalmente digno para um belo almoço, em um bom restaurante, com serviço atencioso e manobrista que não é cobrado à parte - uma raridade hoje em dia, mesmo nos melhores restaurantes. Com isso, o Fellini é Mais Barriga, principalmente no almoço de segunda à sexta, quando é também Mais Barriga por Menos!



Ristorante e Vinheria Fellini
www.felliniristorante.com.br

domingo, 18 de abril de 2010

O Embate das cervejas: Bar Brejas x Bar do Italiano x Santo Aroma

A idéia para este post começou meio por acaso, quando saímos para comer alguma coisa em uma sexta-feira gelada e, com nossa primeira opção lotada, resolvemos conhecer o Bar Brejas, especializado em cervejas especiais. Não sou uma fanática por cerveja, mas gosto bastante dessa brincadeira de harmonizar as consideradas "premium" com petiscos e sanduíches. O maridão e meu irmão são doentes por cerveja e, por causa deles, passei a gostar mais das loiras especiais. Até então, meu consumo restringia-se às básicas nacionais, durante churrascos e baladas. Fato é que, por termos ido no Brejas naquela sexta, ficou decidido que colocaríamos os grandes pra brigar - Bar Brejas, Bar do Italiano e Santo Aroma (em Vinhedo) - e o resultado você vê aqui.

Bar Brejas

O apelo é a cerveja, obviamente, mas não é qualquer cerveja: a casa oferece diversas opções de cervejas premium, nacionais e gringas, para satisfazer uma demanda cada vez mais crescente pelas "cervejas gourmet". A responsa deles deve ser grande, pois ocupam o imóvel que antes era do Bar do Italiano, respeitável na cidade por ser um dos precursores do movimento gourmet da cevada, do qual falaremos a seguir. O cardápio nos pareceu oferecer vastíssimas opções, tanto das nacionais premium quanto das gringas, como alemãs, tchecas, australianas, belgas (as melhores do mundo, na opinião dos especialistas), escocesas, holandesas, inglesas, irlandesas, trapistas e por aí vai - e vai longe! Não sei se o estoque estava abastecido com todas as opções do cardápio, mas as que pedimos estavam disponíveis (duas HB por R$ 15,90 cada e uma Colorado Cauim por R$ 13,90). Até aí, tudo ótimo. Mas por mais que o bar esteja cumprindo seu papel de oferecer uma vasta gama de cervejas premium, a cozinha vai mal. O cardápio de comes não é extenso, mas oferece boas opções de sanduíches e porções. Escolhi um sanduíche de parma, brie e rúcula na ciabata - imaginando que um lanche como esse não tem erro - mas me enganei: o pão só se parecia com ciabata, pois não tinha nada a ver nem em sabor, nem em textura. A quantidade de presunto parma era tão ínfima que mal sentia-se o gosto. O queijo brie estava ok, mas acabou ficando sufocado pela quantidade exagerada de rúcula, tirando totalmente o equilíbrio de sabores. Resolvi dar uma nova chance e pedimos os mini-hamburguers. A apresentação era bonitinha, mas o sabor em si era ordinário: gordurosos a ponto de deixar aquela sensação de sebo no céu da boca, aquele gosto de chapa suja, sabe? As fritas eram das congeladas, mas dentro do contexto, salvaram a pátria.
Em termos de ambiente, poderia ser bem mais agradável se o som não estivesse tão alto - isso porque tava rolando Beatles, que é quase impossível de incomodar. O serviço era cortês, mas o garçom poderia ser melhor treinado sobre as cervejas, a ponto de poder dar boas sugestões e não somente servir e tirar a mesa. Resumindo: nhé... tá vai...



Bar do Italiano

Como dito anteriormente, ocupava o imóvel que hoje é do Brejas, mas mudou-se para não muito longe dali. O novo bar é mais moderno, todo aberto, com pé-direito duplo, balcão grande e gigantesca prateleira de bebidas. Além da carta de cervejas, oferece 6 opções de chope Schornstein. As opções de cerveja não diferem muito do Brejas, com exemplares dos mesmos países. Exceção para a belga Deus, uma das melhores cervejas do mundo - com preço à altura - e algumas outras que não vimos no outro bar, como a também belga Boon Kriek e a Canadense Unibroue. O garçom que nos atendeu foi logo adiantando que algumas opções não estariam disponíveis, mas não especificou quais. Explicou também sobre a promoção que oferecia uma importada free a cada duas tomadas (com exceção das rolhadas). Legal! Mas nossa alegria foi diminuindo a cada "TEM MAS ACABOU" que ouvíamos... foram 3 vezes... É aí que entra o lance de treinar melhor os garçons. Neste caso, ele poderia já ter dito quais não estariam disponíveis e poderia oferecer outras opções na mesma linha. No caso de uma Pilsen que pedimos e que estava em falta, ele ofereceu uma Lager como opção, apenas atendo-se à faixa de preço similar e não ao tipo equivalente. Em uma das ocasiões em que rolou o "TEM MAS ACABOU", ele não soube nos dizer o nome da substituta que iria nos oferecer, apenas trouxe e disse que se não gostássemos, não precisaríamos pagar. De fato, a cerveja era boa, uma Lager chamada Pfungstädter, servida no copo da Krombacher. Acabou saindo de graça, não porque não gostamos, mas porque o garçom quis compensar nossa frustração com tantos "TEM MAS ACABOU". Pelo menos, o som era dos mais bacanas, com Smiths, Pretenders, Foo Fighters...

Já no que diz respeito aos comes, ponto para o Italiano! O sanduíche, cujos ingredientes eram muito similares ao do Brejas, estava divino. O pão era ciabata de verdade (nem poderia ser diferente no Bar do Italiano) e o recheio era farto, com brie derretendo sobre várias camadas de parma. O outro sanduba, de rosbife com molho tártaro, estava muito bom também, mas faltava um sabor mais pungente, talvez algo como uma mostarda de Dijon. Mas o molho inglês que pedimos ajudou a dar um revitalizada no lanche, só não dá pra perdoar a mostarda fraca e em sachê - quem é leitor do blog sabe que eu abomino sachê, mas dei crédito ao Chopp do Fritz, que usa sachês, porém de mostarde Hemmer. Satisfeitos com o nível dos sandubas, pedimos mini-hamburgers de cordeiro com molho barbecue pra tirar a prova da cozinha e fomos felizes! Apesar do fato de que a textura poderia ser mais tenra e macia, o sabor era delicado, aquele gostinho de cordeiro novinho, muito bom mesmo. E o molho barbecue não parecia que tinha acabado de sair da geladeira, tinha consistência mais líquida e temperatura morna, gostamos bastante. Ponto para a cozinha do italiano, que dá importância aos coadjuvantes das ótimas cervejas. Mas sentimos falta de alguém que entenda do assunto para nos assessorar nos momentos em que precisávamos substituir os pedidos originais devido à falta dos produtos. O mais triste é saber que o próprio Italiano, que é o expert-mor no assunto, estava por lá mas não se deu ao trabalho de sair de trás do balcão, preferindo ficar no bate-papo com os amigos a tirar a má-impressão que a falta das cervejas nos causou. Nisso, o Bar do Italiano perde preciosos pontos no embate...






Santo Aroma - Vinhedo

Não poderia jamais deixar o Santo Aroma de fora deste embate, pois é um dos lugares que conta com a maior diversidade de cervejas premium que já vi, além da consultoria (e simpatia) do expert no assunto, o Peter. O Bar fica em Vinhedo, na entrada da cidade, em uma casa super aconchegante de estilo rústico. Além da música ao vivo nas noites de sexta e sábado, o bom gosto musical do Peter reflete-se nos ótimos DVDs de shows que ele coloca - de Yes a Pearl Jam, passando por clássicos como Rush.
Além de oferecer praticamente a mesma diversidade de cervejas do mundo todo como os adversários anteriores, é o único a oferecer menu-degustação por tipo de cerveja, cada um com sequência de 5 garrafas, nacionais e importadas: Pilsen (R$ 32,00 por pessoa), Weiss (R$ 42,00 por pessoa), Ale (R$ 55,00 por pessoa) e Rolhadas (R$ 125,00 por pessoa, que inclui rótulos como La Trappe, Urthel, Maudite e Trois Pistole). Os menus valem muito à pena, pois o valor unitário médio de um cerveja Pilsen, por exemplo, gira em torno de R$ 15,00 a 20,00, fazendo com que o valor total de R$ 64,00 para duas pessoas seja um bom negócio, já que este valor poderia facilmente chegar a R$ 100,00 se pedidas isoladamente.

Além das ótimas geladas, o Peter faz questão de dividir sua sabedoria com os clientes. Um bate-papo torna-se uma aula, com dicas e curiosidades. Por exemplo, ontem mesmo descobrimos que uma das melhores cervejas "não-rolhadas" do mundo, na opinião dele, é a americana Samuel Adams, de Boston. Aprendemos também que, diferentemente do vinho, a cerveja rolhada não pode ter contato com a rolha, senão estraga, por isso as garrafas são guardadas em pé. O mais legal é que todo esse conhecimento também é compartilhado com os atendentes, que acabam tornando-se entendedores e capazes de assessorar melhor os clientes em termos de sugestões e dúvidas.

Optamos pela degustação de Pilsen, pois o maridão sabe que sou mais chegada às cervejas mais suaves - apesar de que ele já me fez experimentar uma defumada, com inevitável gosto de bacon. O Peter já explica de antemão o que está em falta e por quais pretende substituir. De acordo, partimos para a brincadeira: começando de leve com uma Gold, cerveja nacional produzida pela... Kaiser! Isso mesmo, é uma linha nobre da Kaiser, bem gostosa. A segunda é a nossa já conhecida Colorado Cauim, nacional também, produzida em Ribeirão Preto. A cada cerveja, uma história - o Peter conhece todo mundo desse meio. Resolvemos que precisaríamos comer algo, para não dar vexame, e aceitamos as sugestões da casa: um canapé de patê de carne Blumenau, com rodelas de pepininho sobre pão preto e mini linguiças de frango ao curry, com duo de mostardas e pão preto. Os canapés estavam ótimos, o patê tinha consistência super cremosa, porém não tinha aquele gosto forte que amarra a boca. Perfeito com as loiras geladas. As linguicinhas de frango ao curry eram muito saborosas, sem carregar no curry mas o suficiente para deixar sua marca. De textura macia, estouravam na boca e faziam par perfeito com a mostarda escura (conhecida também como Süsses Senf ou mostarda doce).



Antes de nos trazer a terceira cerveja de nossa degustação, ganhamos um mimo: o Peter nos deu um copo da austríaca Edelweiss, uma cerveja de trigo feita com as águas de degelo dos alpes. Reza a lenda que leva em sua formulação a flor típica dos alpes, o Edelweiss - ou copo de leite - mas isso o Peter já não confirma. Após o mimo, passamos à terceira cerveja de nossa degustação, a Japa-Canadense Ichiban, produzida no Canadá com matéria-prima japonesa. Feita a partir da fermentação do arroz, veio substituir a Bamberg em falta (nota: segundo o Peter, ele não compra mais Bamberg desde que a cervejaria resolveu aumentar seus preços em 60%, sem maiores explicações). A quarta maravilha era a alemã König, uma das mais famosas loiras germânicas (depois da Heidi Klum... hehehe, piadinha infame). Um detalhe: cada cerveja tem seu copo próprio, não somente no formato, mas na marca também. Acho até que nisso a degustação de cervejas é mais chata que a dos vinhos, pois não me lembro de ter tomado nenhum vinho com taça personalizada, a não ser aquelas flûtes ultra-frescas da Veuve Cliquot ou Moët Chandon... mas voltando para nosso assunto, na hora da quinta cerveja eu já não saberia diferenciar muita coisa. Pena, pois a degustação é feita em um crescente de importância e sabor, deixando por último uma boa representante da categoria: a tcheca Czechvar, de sabor leve e refrescante, mas que persiste na boca por um tempo. Seu copo não é um copo, mas sim uma canequinha de vidro, que foi ficando cada vez mais pesada com o passar do tempo...



Na pontuação do embate, o Santo Aroma ganha pontos não só pela vasta carta de cervejas, mas também pelo equilíbrio da cozinha com ótimas sugestões para acompanhar as bebidas, pela disponibilidade e atenção do Peter, preocupado em tornar a experiência o mais interessante possível, e pelo treinamento da equipe, capaz de sugerir boas opções, identificar e solucionar questões que os clientes possam ter.


Tais diferenciais agregam pontos para o Santo Aroma que, aos olhos deste blog, acaba se distanciando dos demais e sagra-se o grande campeão do embate das cervejas. Talvez o único contra seja a distância de Campinas, pois será necessário eleger um motorista que não poderá participar da esbórnia etílica ou então, pegar um taxi.

Após um fim de semana regado a excelentes cervejas, vou precisar de muitas sessões de drenagem linfática para me livrar do inchaço que me acomete neste domingão de sol. Mas posso dizer que cada gole valeu à pena.

Bar Brejas
www.barbrejas.com

Bar do Italiano
www.bardoitaliano.com

Santo Aroma - Vinhedo
Rua Manoel Matheus, 1655
Vinhedo - SP, 13280-000
(0xx)19 3886-4788

domingo, 11 de abril de 2010

Circuito Off-Campinas: Laura & Francesco

Daí que sábado o maridão e eu saímos para comemorar o aniversário de 2 anos de casamento. Ao longo da semana que passou, todo dia eu ouvia a cobrança: "e aí, já decidiu onde vamos?" e eu naquela dúvida, sem saber se deveríamos ir nos lugares que adoramos, sem correr riscos, ou se faríamos novas descobertas em prol da diversidade deste blog. Optamos por agraciar os leitores do blog com uma novidade, portanto restringimos as alternativas a lugares cujas avaliações ainda não haviam sido relatadas aqui. Com isto, lembrei-me de um restaurante simpático em Valinhos, onde já havíamos ido uma vez e gostamos bastante: Laura e Francesco.

Como o próprio nome diz, a casa pertence aos italianos Laura e Francesco, originais da região da Bologna, de onde vêm também as receitas dos pratos. Com vista panorâmica, o sobrado fica na região alta de Valinhos e seus janelões permitem contemplar a paisagem e a bela vista, tando de dia quanto de noite. Pelo menu nota-se que as massas são a especialidade, cujo preparo é artesanal. Mas é bom afiar aquele "italiano de restaurante" que todos temos um pouco dentro de nós, pois além dos donos, maitre e garçom, que insistem em falar somente italiano, o menu não conta com tradução para o português. Mas nada que assuste, se o cliente necessitar de maiores explicações, pode apertar a tecla SAP que eles "chaveiam" para o português.

A recepção é calorosa e os habitués da casa ganham beijos e abraços de Dona Laura - que é um capítulo à parte, falaremos mais dela. Recomendo que se faça reservas para o jantar, pois demos sorte de pegar a última mesa próxima à janela, mesmo com o salão praticamente vazio às 20:30h. Um casal que não tinha feito reservas ficou "desapontado" com a mesa próxima da escada e acabou indo embora. Acho que eles não entenderam que a prioridade é de quem se dá ao trabalho de ligar com antecedência e solicitar uma mesa, mesmo que ainda não tenham chegado ao local.

Opção de couvert com patês - as torradinhas eram viciantes!

Acomodados, o maitre nos falou sobre o Prato da Boa Lembrança (o restaurante faz parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, uma espécie de Confraria Gastronômica, para saber mais, visite: www.boalembranca.com.br ) que era a polenta cremosa com vellutata de gorgonzola e funghi porcini - tentador - e também nos disse que algumas opções de lasagna estariam disponíveis para pedido, mesmo sem a prévia encomenda (como orientado no menú). Eram elas: bacalhau, frutos do mar, blá e blá - isso porque depois de ouvir as duas primeiras, fizemos nossa escolha e nem prestamos atenção no resto. O maitre, percebendo nossa intenção de fazer um "bem bolado" para experimentar as duas, já se adiantou e disse que mandaria meia porção de cada nos pratos. Perfeito!

Mezzo a Mezzo

Para acompanhar, escolhemos um Pinnot Griggio, safra 2004 - que estava excelente, by the way - mas com preço meio salgado: R$ 80,00. Como optamos pelo couvert com patês, dispensamos a entrada.

Os pratos chegaram e, a pricípio, achamos as porções um tanto quanto módicas, pois não é uma lasagna que vem em cumbuca de barro, transbordando queijo e molho. Afinal de contas, não estávamos em uma cantina, então nada de achar que as porções devem ser bestiais. Mas já na primeira garfada, só conseguimos suspirar de prazer: a massa era finíssima, extremamente leve, com recheio farto, mas não exagerado a ponto de desmontar a construção das camadas. A de bacalhau tinha recheio cremoso e aveludado, com sabor forte e equilibrado. A de frutos do mar era delicada, com tenros pedaços de polvo, vôngoles e mexilhões, entremeada por um molho rosé cremoso. Ambas eram bem diferentes de qualquer prato de massa que já comi com os ingredientes principais como bacalhau e frutos do mar. Deliciosas...

Ao fim da refeição, quis pedir uma sobremesa pois já tinha visto que o menú contava com várias opções de semifredo, tipo de sorvete italiano que adoro ("tipo" de sorvete porque o semifredo não é exatamente um sorvete, mas sim algo como uma mousse congelada). As opções eram de amêndoas, de banana com calda de morango, de torrone, de chocolate com menta e de suspiro. Como sou doente por amêndoas, não tive problemas para escolher e tão pouco me arrependi: como havia amaretto na receita, o perfume das amêndoas era intenso, com uma calda de chocolate de sabor e consistência sublimes.

Mousse congelada ou sorvete?

Agora vamos ao capítulo "Dona Laura": ela circula o tempo todo de mesa em mesa para conversar e saber se está tudo bem, uma simpatia só. Quando veio à nossa mesa, perguntou se era nossa primeira vez no restaurante e dissemos que era a segunda. Aí começamos a conversar e contamos pra ela que era nosso aniversário de 2 anos de casamento e que na comemoração passada, tínhamos ido ao Fasano, em Sampa. Quando ela ouviu isso, pediu licença e saiu, dizendo algo em italiano que não entendemos - o vocabulário não devia fazer parte do nosso "italiano de restaurante". Quando foi nossa surpresa, as luzes se apagaram e eles trouxeram um bolinho com 2 velinhas, um casal de bonequinhos no topo e todos cantaram parabéns em italiano, com direito a bandeja caindo no chão ao final do canto, assim como manda a tradição. Não bastasse a surpresa, ela disse que não sabia que nós já tínhamos pedido a sobremesa mas que, mesmo assim, iria embrulhar o bolinho para viagem... Tem como não se derreter por ela?

Nossa conta ficou em R$ 220,00 - couvert a R$ 7,00 por pessoa, cada lasagna saiu R$ 40,00, o vinho foi R$ 80,00 e a sobremesa R$ 15,00, além dos 10%. Sem falar que o restaurante tem estacionamento próprio e gratuito, com manobrista (nem precisaria, pois fica em uma rua muito tranquila). Em resumo, a comemoração foi ótima, ficamos plenamente satisfeitos com nosso jantar e com o "agrado" de Dona Laura.

Ristorante Laura e Francesco - Valinhos
www.ristorantelauraefrancesco.com.br

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ainda sobre sushi...

Em complemento ao post anterior, vejam que didático este manual ilustrado de "Etiqueta do Sushi", retirado do ótimo blog "Coma com os olhos", cujo link está aí ao lado, na lista dos meus blogs favoritos:



Devia citar algo específico sobre Temaki, do tipo: ao colocar o shoyo no Temaki, não faça do mesmo um "funil", deixando aquele fio de shoyo correr pela ponta do cone...

Bora pôr em prática as regrinhas de etiqueta do sushi? Vai que, sem querer, a gente acaba ofendendo algum sushiman, cujas habilidades com facas são bestiais...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sushi lovers, especialmente para vocês!

Sugestão para decorar a sala de visitas dos "sushi lovers"
(fonte: http://goodideas.bligoo.com/tag/Design&reverse=true)

Atendendo a pedidos, o post de hoje é dedicado à cozinha japonesa. Mas se engana quem acha que vou fazer um comparativo entre os restaurantes japas da cidade e dar meu veredito sobre o "melhor". Não vou fazer isso simplesmente porque não consigo ir em outro restaurante japonês que não seja o Matsu. Já fui em vários outros, mas a relação custo x benefício do Matsu acaba sempre me seduzindo. Eleito pelos "críticos" da Veja Campinas como melhor oriental da cidade, o Matsu merece respeito: como sua inauguração foi há mais de 20 anos, a casa sobreviveu mais de uma década contando basicamente com uma clientela restrita à colônia japonesa na cidade. Naquela época, bem antes da culinária japonesa virar moda por aqui, era preciso ser realmente muito bom para conquistar clientes tão exigentes como os japoneses autênticos, conhecidos por sua cultura, digamos, rígida. Além disso, pode-se dizer que o Matsu também foi responsável por divulgar a cultura japonesa em Campinas, tendo grande influência na sedução do paladar da população campineira "ocidental", ou seja, os não descendentes de japoneses.

Agora, não pensem vocês que é a unidade do Matsu do Shopping Iguatemi que me agrada, ou o casarão do Cambuí, com seus jardins externos. Gosto mesmo é da unidade da Rua Paula Bueno, aquele mais antigo, caindo aos pedaços mesmo. Vamos ao comparativo entre os três, para que vocês entendam porque o patinho feio é meu eleito:

Unidade do Taquaral - Rua Paula Bueno
A casa é antiga, com decoração kitsch (sabe aqueles quadros de gueixas entre flores de cerejeira? Pois é, lá na unidade da Paula Bueno existem vários, inclusive em hologramas), janelões com vitrôs basculantes, paredes cor mostarda, gato de porcelana do lado do caixa e um salão nos fundos que nem luz natural tem. O sistema é sempre self-service, tanto no almoço quanto no jantar, com ou sem sashimi. No buffet, pratos tradicionais quentes, saladas, sushis diversos, em sua maioria de salmão e atum, sem muitas invencionices. Temakis também estão inclusos, basta pedir ao garçom ou diretamente ao sushi man. De sobremesa, pudim de leite, pavê ou salada de frutas, com destaque para a colher de plástico. Vamos aos valores: Almoço: R$ 25,90 sem sashimi (acréscimo de R$ 10,00 com sashimi). Jantar: R$ 29,90 sem sashimi. "Ah, mas não tem camarão empanado..." - por esse preço, nem poderia, mas prefiro pagar pouco para comer o que gosto do que pagar muito para comer uma coisa ou outra a mais. Sinceramente? Nem aguento comer mais, acabo sempre dispensando as adjacências servidas pelo garçom... Costuma encher no almoço, inclusive antes do meio-dia! Mas tem manobrista sem custo adicional.

Unidade do Shopping Iguatemi
É a casa mais moderninha, com decoração clean e espelho d'água. Uma curiosidade: quando o restaurante foi inaugurado, existia uma porta de entrada do lado de dentro do shopping e uma do lado externo. Acontece que o fudum de peixe era tamanho nos corredores do shopping que houve um movimento dos demais lojistas para fechar a entrada interna. Hoje, só se entra pelo lado de fora. O sistema é de buffet no almoço e rodízio no jantar, com opções de incluir sashimi e algumas cositas más. O almoço é bacana, o buffet tem praticamente as mesmas opções da unidade da Paula Bueno, porém o preço é um pouco mais alto. Deve ter alguns poucos itens a mais (nem sei porque não como nada além do trivial: sushis, niguiris, uramakis, temakis e shimeji). Mas os itens a mais, na minha opinião, não justificam o preço mais alto. Nem a decoração clean com espelho d'água. Mas tem um bônus: como o ar-condicionado circula por todo restaurante e a cozinha é aberta, você leva uma lembrança pra casa: uma essência de fritura que impregna nas suas roupas e cabelos e perdura até o fim do dia. Pra se ter uma idéia do poder da essência, outro dia voltei de um almoço lá e o estagiário da firrrma perguntou se eu tinha ido comer pastel na feira...

Unidade do Cambuí
Definitivamente, é a que eu menos gosto. Apesar do Matsu ser considerado pelos "críticos" da Veja Campinas como o melhor oriental da cidade e a unidade do Cambuí ser o referencial para esta avaliação, vou explicar porque não me encanta: o sistema é de buffet self-service no almoço e rodízio no jantar. Até aí, a mesma coisa, certo? Não... Como eles oferecem sashimi à vontade e inúmeras iguarias adicionais, como ostras frescas, camarões empanados, lulas recheadas, robatas, polvo e etc, eles cobram praticamente o dobro. Ou seja, o almoço por pessoa custa algo em torno de R$ 50,00. Como já disse que não consigo comer mais do que o oferecido no buffet, acabo dispensando todas essas iguarias que elevam o preço, fazendo com que seja um tremendo disperdício pagar pelo que não vou comer. É tudo fresco, bem feito e blá blá blá, mas pra mim não compensa. Já para aqueles que gostam de ficar horas à mesa, saboreando sua refeição de forma pausada, sem fazer aquela montanha de salmão e arroz a cada vez que vai se servir no buffet, pode valer à pena sim. Até porque, lá existem pratos bem tradicionais da culinária japonesa e já vi muito japa autêntico comendo por lá, o que atesta a qualidade da comida. Tem manobrista sem custo adicional e o serviço costuma ser bom, cortês e ligeiro.

Em suma, se você gosta de "fast-sushi", que compreende os sushis básicos de salmão e atum, temakis, uramakis, skin, shimeji, yakissoba e spring roll, não quer gastar muito e nem liga para decoração ou firulas, então opte sem medo pela unidade da Paula Bueno. Já para aqueles que gostam de itens exóticos e especialidades da culinária nipônica, que curtem os rituais tradicionais e têm horror à tropicalização do sushi, que não perguntam quanto custa o saquê e pedem logo 4 doses do melhor da casa, então sugiro a unidade do Cambuí - mas não vale temer a conta.

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