domingo, 6 de novembro de 2011

Relax e boa comida: a fórmula perfeita do DPNY

Foram 48 dias sem postar por aqui! Minha ausência deve-se a mais absoluta falta de tempo, decorrente de uma rotina cada vez mais insana na qual me meti e da qual não sairei tão cedo, com exceção de uma merecida semaninha de descanso. E é sobre esta semana que quero falar, pois não foi à toa que escolhi um lugar que alia conforto, relaxamento à beira-mar e boa gastronomia: o DPNY, em Ilhabela.

Poderia gastar algumas linhas falando sobre a excelente infra do hotel, das belas instalações, dos mimos como espumante no café da manhã - que vai até às 13h todos os dias! - e máquina de Nespresso no quarto... enfim, se este blog fosse de turismo, este seria nosso assunto principal, mas estamos aqui para falar de comida e de boa comida, então vamos nos ater ao que interessa.

Acho que o maior benefício do DPNY é ter em suas dependências o restaurante Tróia, premiado com uma estrela do Guia Quatro Rodas pelo quarto ano consecutivo pela qualidade de sua cozinha. O hotel oferece um pacote com café da manhã e jantar inclusos que, ao meu ver, tem a melhor relação custo x benefício do litoral paulista. Pode-se escolher qualquer prato do cardápio (entrada, principal e sobremesa) e as bebidas e serviço são a parte. O restaurante abre também para o público em geral, daí a necessidade de se fazer reservas mesmo para hóspedes.

O ambiente é agradável, com uma boa parte aberta para permitir a entrada da brisa do mar (não temam os borrachudos, aqui eles são minoria), velas nas mesas e cadeiras estofadas em vermelho vivo. O serviço é atencioso e discreto, mas notei diferença entre garçons a cada jantar, alguns não tão bem treinados quanto outros. Há também um sommelier à disposição dos comensais, já que a carta de vinhos é relativamente extensa e variada.

Boas opções no menu, de influência mediterrânea contemporânea, entre peixes, frutos do mar, carne vermelha, aves (inclusive pato) e cordeiro. Fiquei bastante em dúvida na hora de escolher, pois muitas das opções me pareciam tentadoras. Como teria 4 jantares pela frente, tentei me policiar para variar as minhas escolhas e tentar experimentar o maior número de pratos diferentes. Confesso que tive vontade de repetir algumas escolhas no dia seguinte, caso do Saint Peter marinado da entrada da primeira noite, mas me ative à proposta inicial (ok, me arrependi de não ter pedido de novo, mas isso fica entre nós).
Para não confundí-los com muitas informações, vou listar os pratos de cada dia e colocar apenas algumas fotos, mas comentarei todos:

Primeira noite

Eu
Entrada: San Pietro marinato - Saint Peter marinado com limão, cebola e gengibre;
Principal: Misticanza di frutti di mare - peixe, camarão e polvo grelhado, com legumes assados ao molho de vinho branco e especiarias;
Sobremesa: Crespella di cioccolato con pistachi - Trouxinha de chocolate com pistache e sorbet de framboesa

Maridão
Entrada: Conciglioni con brandade di baccalá mantecato - Massa recheada com bacalhau gratinada ao pesto de rúcula
Principal: Nero al mare - Talharim de tinta de lula com frutos do mar
Sobremesa: Mousse de caramelo com granité de café e amêndoa crocante


Comentários gerais:
O Saint Peter marinado foi a melhor das entradas que experimentei, lascas macias e carnudas de peixe bem marinado, com cebola fininha e um leve sabor de gengibre. Equilibrado, leve e extremamente saboroso. Fiquei de olho o conciglioni do maridão, com recheio de bacalhau bem cremoso e pesto leve, muito boa também. Dos principais, os frutos do mar do meu prato estavam bons e no ponto de cozimento correto, porém senti falta de um molho que criasse uma união entre os elementos do prato. O talharim estava saboroso e no ponto correto também, com boa quantidade de frutos do mar. Com relação às sobremesas, minha percepção é de que são idéias criativas e ingredientes interessantes, porém a execução deixa a desejar. De todas que provei, a mais interessante foi o carpaccio de abacaxi, sobre o qual falaremos em seguida. As mousses tinham textura pesada e não eram aeradas. Os sabores eram mascarados, caso da mousse de cupuaçu, cujo sabor em nada lembrava a fruta. No caso das sobremesas da primeira noite, as trouxinhas de chocolate tinham crosta muito grossa e chocolate extremamente amargo - vale lembrar que sou fã de chocolate com até 90% de cacau, por isso até eu estranhei a potência do chocolate da sobremesa. A mousse de caramelo era pesada e o granité de café só ajudou a deixar tudo mais denso. O ponto positivo da história é que não dou a mínima para doces e nem costumo pedir sobremesa com frequência, mas neste caso elas faziam parte do pacote e não sou de desperdiçar nada...

O couvert nosso de cada dia... os pães eram irresistíveis!


Entrada campeã: Saint Peter marinado


Segunda noite

Eu
Entrada: Terrina di melanzane con salsa di gaspacho - Terrine de berinjela com molho de gaspacho;
Principal: Petto d’anatra - Peito de pato com redução de balsâmico, gratin de batata e ervilhas;
Sobremesa: Carpaccio di ananas - Carpaccio de abacaxi ao mel com raspas de limão;

Maridão
Entrada: Azzurra - Alface americana, alcachofra, azeitonas pretas e tomate cereja ao vinagrete balsâmico;
Principal: Entrecote com risoto di formaggio - Entrecote com risoto de gorgonzola;
Sobremesa: igual à minha

Comentários gerais:
A terrine de berinjela tinha textura cremosa e sabor intenso, gostei da combinação com o molho de gazpacho, mesmo sendo uma entrada fria (o que pode causar certa estranheza em quem associa o gazpacho a um molho de tomate). A salada era bem básica e sem segredos. O peito de pato, apesar de eu ter pedido mal passado, veio ao ponto e não tão macio quanto o desejado. A carne tinha uma rigidez inconveniente, o que talvez pudesse ter sido amenizada com o ponto correto da carne. Por outro lado, o gratin de batata estava ótimo, mas a quantidade de carne era pouca se comparada ao acompanhamento. Com o entrecote aconteceu o mesmo problema de ponto, apesar da nossa insistência em sempre explicar ao garçom o ponto desejado (bleu). Veio errado e voltou para a cozinha. Na segunda tentativa, o ponto veio correto. Risoto de gorgonzola bem executado e saboroso. A surpresa ficou por conta do carpaccio de abacaxi, do qual nada esperávamos, mas que se mostrou delicioso, com intenso frescor e equilíbrio.

Terrine com gaspacho

Pato

Dentre tantas sobremesas elaboradas, quem diria, o abacaxi sagrou-se campeão...


Terceira noite

Eu
Entrada: Kibe veggie - Kibe de soja com legumes e salsa de coalhada com hortelã;
Principal: Carre di agnello alla brasilianna - Carre de cordeiro com cuscus paulista e couve;
Sobremesa: Panna cotta con amarena e pistachi - Panna cotta com cereja amarena e pistache;

Maridão
Entrada: Carpaccio Rustico di Manzo - Carpaccio rústico de mignon com mostarda Dijon e lascas de parmesão;
Principal: Costolette di maiale - Costela de porco com molho de pitanga, arroz e legumes;
Sobremesa: Torta fredda di cioccolato al café - Torta fria de chocolate com café e avelã;


Comentários gerais:
O kibe veggie era mais interessante no cardápio que no prato. Apesar do sabor delicado, era um tanto ressecado, talvez devido à escassez do molho de coalhada. Já o carpaccio rústico de mignon era divino, nada daquelas fatias finíssimas de lagarto congelado, as fatias de mignon eram mais espessas, ultra macias e bem temperadas com Dijon, além das muitas lascas de bom parmesão por cima. Depois do Saint Peter marinado, a melhor entrada que provamos. O carré de cordeiro tinha carne bem tenra e saborosa, fazendo boa parceiria com o cuscus e a couve. A quantidade talvez deixe um pouco a desejar. Já as costelinhas de porco eram macias e o molho de pitanga harmonizava perfeitamente com a carne, mas o acompanhamento de arroz branco pode ser simplório demais para um restaurante deste nível. Para figurar neste cardápio, no mínimo um arroz pilaf... os legumes estavam quase crus e, em se tratando de anéis grossos de cebola, isso não é um mérito. A panna cotta estava firme demais, deveria ter a textura um pouco mais suave, mas o sabor das cerejas amarenas e do pistache contribuíam bastante para o conjunto. A torta fria de chocolate também pesava em textura, pegando na colher e no céu da boca.

O kibe do arrependimento

Carré de cordeiro

Costeletas de porco


Quarta noite:

Eu
Entrada: Riso nero con frutti di mare - Arroz negro com camarão, lula e mariscos ao molho de limão;
Principal: Taglioline con Gamberi alle herbe - Massa fresca produzida na casa, puxada com camarões e vinho branco;
Sobremesa: Mousse brasilianna - Mousse de cupuaçu com redução de chocolate;

Maridão
Entrada: San Pietro marinato - Saint Peter marinado com limão, cebola e gengibre;
Principal: igual ao meu
Sobremesa: Crème brûlèe - Creme a base de fava de baunilha

Comentários gerais:

Pra variar, me arrependi de não ter pedido o Saint Peter de novo... o arroz negro poderia ser mais interessante se tivesse algum molho ou elemento que o umidificasse, pois os grãos somente cozidos ficam sem graça. Os frutos do mar eram poucos e vieram separados, ou seja, deveria existir algum elemento de ligação entre os componentes do prato. Enquanto eu buscava algo que me entretesse naquela entrada, o maridão se fartava com os nacos carnudos do peixe marinado... para compensar a entrada insossa, a massa veio trazendo alegria, fresquíssima e cozida à parfeição, o "não-molho" de vinho branco e ervas dava um sabor delicadíssimo ao prato, com camarões estourando na boca. Já esperava alguma decepção na sobremesa e minha mousse de cupuaçu não me surpreendeu. Apesar da textura um pouco melhor desta vez, o sabor da fruta simplesmente não estava ali, por mais força que eu fizesse para encontrá-lo. A redução de chocolate, por outro lado, estava ótima. O crème brûlèe do maridão tinha textura correta, casquinha fininha e sabor de baunilha de verdade, nada de essência.

Regrets again com o riso nero...


A massa divina!

Se não estivéssemos no pacote Gourmet, cada jantar teria saído em média R$ 300,00 (com vinho). Apenas uma opção de entrada, prato principal e sobremesa não estão incluídos no pacote, porém podem ser pedidas com um acréscimo de 20 reais. São elas: Gamberetti Provenzale (camarões a provençal), Gamberi Tróia (camarões com molho de laranja e fava de baunilha, purê de cará e legumes) e Budino di cioccolato con gelato di vaniglia
(Petit gateau com sorvete de baunilha). Como não sou tão fanática por camarões e as opções do cardápio eram variadíssimas, não me interessei, mas vi alguns passando por mim e não me pareceram dignos do acréscimo (diante de outros pratos também com excelentes ingredientes). Em suma, a estadia no DPNY vale à pena não só para os que buscam conforto e uma certa sofisticação à beira-mar, mas também para aqueles que, assim como eu, anseiam por uma gastronomia de alto nível durante seus dias de folga.

DPNY Beach Hotel Ilhabela
Troia Dining & Music
www.dpnybeach.com.br
fone: (12) 3894-3000

domingo, 18 de setembro de 2011

Hoje é dia de... Bacalhau!

Outro dia recebi um panfleto de um lugar chamado Esquina Portuguesa, cujas fotos dos pratos de bacalhau me despertaram um desejo enorme de comer o peixe de águas geladas. Gosto muito de bacalhau, não só do que minha querida avó faz com maestria do alto de seus 87 anos, mas de qualquer prato que leve o ingrediente, contanto que seja de boa qualidade. Existem critérios importantes a serem considerados na hora da escolha de um bom bacalhau e não é qualquer peixe salgado que satisfaz os comensais mais exigentes. Aliás, aqui cabe uma pequena explicação sobre o bacalhau, que não é um peixe específico, mas sim a forma de conservar um determinado tipo de peixe através do processo de secá-lo e salgá-lo.

São cinco tipos de peixes que podem ser considerados bacalhau: o legítimo bacalhau, feito de um peixe chamado Cod Gadus Morhua, pescado no Atlântico Norte, o mais nobre dos bacalhaus. Há também o Cod Gadus Macrocephalus, conhecido como o legítimo Porto, difere do primeiro pelo seu habitat, que é o Pacífico Norte, além da carne mais clara e bordado branco no rabo e barbatanas. Já o Ling é um peixe bem mais claro e estreito que os outros, cuja carne é bonita e boa para grelhar (um dos mais encontrados nos mercados do Brasil). Há também o Saithe, de coloração mais escura e sabor forte, mais indicado para preparações como recheios, bolinhos, ensopados e saladas (com carne desfiada). Por último, o Zarbo, com preço mais acessível e tamanho ideal para cortes tranversais. Além dos tipos de peixes, há também a classificação quanto à categoria do bacalhau: Imperial, que significa que o corte está ideal e que o peixe foi bem manipulado no processo de escova e cura; Universal, que classifica peixes com pequenos defeitos, porém sem alteração de paladar (que deve ser equiparado ao Imperial) e, por fim, Popular, que apresenta manchas e pedaços faltantes devido ao manuseio errôneo do arpão na hora da pesca.

Isto posto, justifica-se a importância dos restaurantes espcializados na iguaria indicarem a seus clientes a origem de seu peixe, pois há diferenças cruciais entre os tipos e seus respectivos valores. No caso da Esquina Portuguesa, foi me dito que o bacalhau utilizado é o Norueguês, logo, trata-se do legítimo e mais nobre bacalhau. E já que a estrela é de grande magnitude, nada mais óbvio do que caprichar nos demais ingredientes do prato, como azeite extra virgem, azeitonas portuguesas, batatas do tipo HBT e assim por diante. No cardápio, receitas tradicionais, como Bacalhau Gomes de Sá, Zé do Pipo, À Portuguesa, À Espanhola, gratinado ao Forno, grelhado... difícil escolher, pois as fotos são todas muito apetitosas. Os pratos podem ser todos para uma ou duas pessoas, porém o valor para uma pessoa corresponde a 60% do valor do prato para duas pessoas. Não há opções de pratos executivos de bacalhau e a porção para uma pessoa é gigantesca, até para mim, que sou um verdadeiro exemplo de saco sem fundo e nunca deixo sobrar comida na mesa.

Meu prato (o primeiro)

Escolhi o clássico Gomes de Sá, com postas ao forno acompanhadas de batatas, azeitonas e ovo cozido. O restaurante estava vazio e, mesmo sendo um prato de preparo mais demorado, a espera não foi grande. A porção para uma pessoa veio em uma travessa grande e não era só a batata que fazia volume, contei umas quatro postas bem carnudas de bacalhau ali dentro. O garçom me serviu, no melhor estilo das duas colheres - old school - e montou um prato de tamanho razoável, provavelmente não imaginando o apetite desta que vos escreve. Bela aparência das postas, com carne tenra dividida em lascas que se soltavam facilmente, atestando sua maciez. Batatas macias nadavam em bom azeite, acompanhadas dos ovos cozidos e azeitonas. Tudo bem saboroso, aprovadíssimo desde a primeira garfada.

O que sobrou após o primeiro prato

Fiz um segundo prato e, mesmo assim, sobrou o equivalente à metade da travessa. Ou seja, a porção para uma pessoa serve duas, tranquilamente. Imagino que a porção para duas sirva três (ou quatro sem muito apetite). Neste caso, o preço de 45 reais pelo prato se mostra uma verdadeira pechincha em tempos que se paga 50 reais por um picadinho em um restaurante da moda.

Simples, mas bem arrumado e agradável

O ambiente é simples mas o serviço é atencioso e cortês. O cuidado com os ingredientes mostram que há boa dose de know how por parte do dono. Trabalhar com matéria prima de qualidade (e com consequente custo elevado) exige conhecimento para não onerar o produto final. Deve ser por isso que a Casa do Bacalhau, o restaurante mais antigo do mesmo dono, está firme e forte no Guanabara há 13 anos.

Esquina Portuguesa
Rua Dona Maria Umbelina Couto, 650 - Taquaral
fone: 3251-8010
(fecha às segundas)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ranking M.O.Q.B. do melhor burger da cidade

Homenagem ao melhor burger que já comi, do Edzo's, em Chicago

Com o surgimento de novas hamburguerias em Campinas e o novo conceito que elevou o nível de um simples lanche a um item gourmet, decidi fazer um ranking do melhor burger da cidade, seguindo alguns critérios que considero importantes para um lanche de respeito: a proporção correta entre carne e gordura que compõe o chamado "patty", que é o hamburguer em si, além do método de cocção adequado (grelha é sempre melhor que chapa, ou ainda o char broiler, que é uma chapa de ferro fundido que sela a carne por fora, fazendo com que os sucos permaneçam em seu interior), a qualidade e frescor dos demais ingredientes - principalmente do pão - e a "pegada", que determina se o lanche permanecerá montado a cada mordida ou se irá despencar. Além do burger em si, acabamos avaliando também as fritas, companheiras inseparáveis de qualquer hamburguer.

Após as visitas e degustações em diferentes casas da cidade, notei que era possível dividir os concorrentes em distintos grupos, conforme segue:

1. General Prime Burger
2. Fiftie's e Big Jack
3. Outback e Applebee's
4. Rockville

Explicando a divisão em grupos, o que acontece é que o General Prime Burger está um nível acima dos concorrentes como Fiftie's e Big Jack por oferecer uma maior gama de produtos e ingredientes diferenciados, mais alto nível mesmo.

Fiftie's e Big Jack seguem juntos no mesmo grupo devido à similaridade de suas opções e conceito, assim como Outback e Applebee's, que se assemelham muito em termos de proposta. Já a Rockville ficou isolada em um grupo pois é a única que não prepara seu próprio burger, a carne é industrializada, o que já seria suficiente para deixá-la de fora da avaliação.

Vamos ao rankig

O campeão (by far): General Prime Burger



A casa recém aberta no shopping Galleria impressiona pelo ambiente, com personalidade própria que foge do tema anos 50/60, tão frequente no segmento. No cardápio, opções de burger de picanha angus, fraldinha, cordeiro, calabresa, frango e vegetariano. Na maioria das opções, os acompanhamentos são simples como alface, tomate e queijo prato, justamente para não mascarar o sabor da carne, que é a estrela do lugar. Mas ingredietes mais sofisticados estão à disposição nos adicionais, pode-se incluir qualquer item a qualquer lanche. Não quis experimentar outro senão o burger de cordeiro - foi paixão à primeira vista - que vinha acompanhado de queijo prato, alface frisée e molho de iogurte com hortelã. Vale mencionar que, logo de cara, o GPB já ganhou meu coração: na mesa, minha mostarda favorita, a Spicy Brown da French's, difícil de encontrar por aí. Ketchup Heiz e mostarda French's tradicional completam o trio. Para encerrar, milk shake de Nutella com avelãs.



As fritas

As fritas vieram primeiro e a disputa se mostrou covarde, pois eram pecaminosas de tão gostosas! Nenhum outro lugar apresentou batatas tão perfeitas, sequíssimas, macias por dentro e com casquinha bem fininha, divinas. Devoramos como pipoca, nota 10 para as fritas!



Os lanches vieram logo e a aparência agradou: a fatia de cima do pão veio colocada de lado, para que pudéssemos apreciar a carne alta e aromática, coberta por queijo derretido. O pãozinho tinha aquela leve casquinha tostada e era fresquíssimo. Mas trata-se de um lanche "modesto" em termos de ingredientes extra, então para o quesito "aspecto" (que é o lance de comer com os olhos), dou nota 9.



A pegada

O lanche não desmontou até a última dentada, assim como o hamburguer, que não se desfez devido à boa proporção de carne e gordura do patty. O pão também tem papel fundamental na pegada, pois não pode ficar encharcado com os líquidos da carne e a gordura do queijo, por isso a tostadinha é importante. Também o fato desse lanche em particular não ter muitos ingredientes adicionais ajuda neste quesito, pois a altura é adequada para a mordida. Nota 10 em pegada!



Avaliação geral

Lanche de respeito, patty perfeito, ingredientes de alta qualidade, execução corretíssima - a grelha é primordial nesse quesito - , pão levemente tostado, enfim, nota 10 para o burger do General. E o gran finale merece um tópico à parte, pois o milk shake estava fenomenal, diferente de todos os outros que já experimentei, imperdível! (preço médio do hamburguer: R$ 25,00)



General Prime Burger - Galleria Shopping
www.primeburger.com.br


Segundo(s) colocado(s): empate técnico entre Big Jack e The Fiftie's
Em termos de lanche, as duas lanchonetes são muito equivalentes e acabaram empatadas na nossa avaliação. O que diferenciou uma da outra, pelo menos durante nossa visita, foi o serviço. Os atendentes do Big Jack deram um show de eficiência, discrição, atenção e, surpreendentemente, de educação! Não esperava um serviço tão gentil e cortês em uma lanchonete, talvez por isso nossa surpresa. Não se trata apenas de bom treinamento, os rapazes eram educadíssimos. Já no Fiftie's, infelilzmente a realidade é a mesma de muitos outros lugares da moda: serviço lento, dificuldade para chamar a atenção do atendente quando se quer pedir algo, pedidos trocados... se nossa análise não fosse do hamburguer em si, o Big Jack teria se destacado pelo serviço (vale mencionar que a visita dessa vez foi na unidade do Castelo, e não na do Cambuí, cujo serviço há um tempo atrás não estava tão 100% assim). Quanto à temática, ambas são adeptas dos anos 50, mas nesse quesito o Fiftie's saiu na frente...

Big Jack

Meu lanche favorito é o Chicago, um burger de maminha com queijo cheddar, onion rings e molho de alho em um pão escuro, tipo australiano. O molho de alho é matador, uma maionese com consistência firme e com gosto forte de alho, para quem gosta é a pedida. Também costumo pedir o cheeseburger de picanha com molho tártaro, que também é legal para quem curte privilegiar o sabor do patty.

As fritas

Particularmente, gosto de batatinhas mais macias, com casquinha levemente crocantes, portanto considero as fritas do Big Jack bem gostosas. Algumas chegam a ficar murchas, por isso não posso dar nota 10, mas um 9 seria justo. Ponto para a mostarda e ketchup Heinz, que considero bons.



A aparência dos lanches é de encher os olhos, principalmente o Chicago, que vem bem alto por conta das onion rings. O pão também é levemente tostado, com interior bem macio e aromático. No quesito aspecto, nota 10 para o Big Jack.



A pegada

Apesar da altura do lanche, o Chicago permanece íntegro até o final, porém é inevitável que um pouco do queijo fique no papel. A mordida pode ser um pouco difícil no início, mas logo a gente se adapta ao tamanho todo do lanche e manda ver numa boa. Nota 9 para a pegada.

Avaliação geral

O demérito do burger do Big Jack é o fato de ser feito na chapa, o que faz com que parte da gordura do patty escorra, "engraxando" demais a carne. Fora isso, é saboroso, bem montado e os ingredientes harmonizam bem. As onion rings do lanche poderiam ser mais fininhas e delicadas, para suavizar a mordida. No geral, nota 8,5. (preço médio do hamburguer: R$ 20,00)

Três endereços em Campinas - www.bigjackhamburgueria.com.br


The Fiftie's



Já no Fiftie's, meu lanche favorito é o Onion Burger, que leva hamburguer de maminha, creme de queijos e onion rings em um pão de hamburguer integral. O creme de queijos leva queijos de fundição de qualidade, como ementhal e gruyère. As onion rings são super fininhas e crocantes e o burger é saboroso e vem no ponto certo. Aqui também costumo pedir o cheeseburger de picanha com molho tártaro quando estou mais nostálgica (esse meu hábito vem de muitos anos).

As fritas

As fritas são idênticas às do Big Jack, macias, com casquinha crocante pero no mucho, douradinhas. Nota 9 também, com ponto para a mostarda e ketchup Heinz.



A aparência dos lanches é boa, porém sem muitos exageros em termos de montagem, alguns podem até achar simplório demais. Bom pão, também é levemente tostado, com interior bem macio. No quesito aspecto, nota 9 para o Fiftie's, por conta da modéstia de tamanho de alguns lanches. Demérito também para a chapa utilizada ao invés da grelha





A pegada

Como o lanche não tem muita altura, a pegada é boa e o sanduba vai inteiro até o final, porém o pão pode sofrer um pouco com os líquidos liberados pela carne, ficando "empapado" nas últimas mordidas. Nota 8 para a pegada.

Avaliação geral

Pelo mesmo motivo do Big Jack, o quesito cocção perde pontos por conta do uso da chapa. Trata-se de lanche saboroso, bem montado e com ingredientes de boa qualidade, caso dos queijos, onion rings fininhas e crocantes, mas o excesso de gordura incomoda um pouco. No geral, nota 8,5. (preço médio do hamburguer: R$ 20,00)

The Fifties Shopping Iguatemi Campinas
Avenida Iguatemi, 777, Vila Brandina
Telefone: (19) 3254-2868


Terceiro colocado: Outback

Sinceramente, não vou ao Outback para comer hamburguer. Mas, por se tratar de um representante da cozinha gringa e ter algumas opções do traditional burger, resolvi incluí-lo em nosso ranking, assim como o Applebee's.

No menú, 5 opções de burgers que diferem muito pouco entre si, a não ser pelas 2 opções de frango. Os patties pesam 150g e todos levam alface, tomate, queijo, maionese e um ou outro ingrediente que os diferencia, como bacon, cebola ou um molho específico. Todos acompanham fritas. Escolhi o Flame Burger, com cebolas grelhadas e o tal do Flame Sauce que, segundo a atendente, não era apimentado como o nome sugeria. O grande mérito do hamburguer do Outback é o fato de ser grelhado sobre carvão, conferindo um sabor de "fumaça" que agrada.

As fritas

As fritas, que já vêm no prato junto com o lanche, não são tão macias e a casquinha é crocante demais, até porque seguem o estilo rústico e vêm com casca. Muitos pedaços são "pontas" de batata, o que as deixa ainda mais ressecadas. Nota 7, mesmo que o ketchup Heinz ajude no quesito.



A aparência do lanche é boa, porém logo de cara você já desconfia que a pegada não será das melhores, pois o lanche é grande em diâmetro e as tiras de bacon saem para fora de tão compridas. Bom pão, mas não tão bom quanto o delicioso pãozinho australiano do couvert. No quesito aspecto, nota 9 para o Flame Burger, que traz um patty de respeito.

A pegada

Apesar do meu receio inicial, o lanche foi legal até o final, porém tive que tirar as tiras de bacon para morder. O pão deu sinais de que iria desmontar, mas mantive a mão firme! Nota 8 para a pegada.



Avaliação geral

O quesito cocção é determinante para elevar a nota do burger do Outback. Trata-se de lanche saboroso e com ingredientes frescos, sem excesso de gordura e agradável sabor defumado. As poucas opções do cardápio podem desanimar quem procura por burgers com ingredientes diferentes. No geral, nota 8,5. (preço médio do hamburguer: R$ 30,00)

Outback Shopping Iguatemi Campinas
Av. Iguatemi, 777 - Estacionamento inferior
Telefone: (19) 3251-8350

Quarto colocado: Applebee's

Você pode pensar que deveria haver um empate entre Outback e Applebee's, já que um copia o outro em tudo, mas o Applebee's ainda fica atrás do concorrente em alguns quesitos. As opções de lanches (aqui chamados de "Real Burgers") são poucas e bem semelhantes entre si, mas as fotos cativam os mais gulosos, tornando a escolha difícil. No Applebee's também utiliza-se grelha para os burgers e as fritas também vêm no prato com o lanche. Optei pelo Cowboy Burger, 200g de carne, queijo Jack-cheddar, bacon, onion rings, alface, tomate, picles e cebola roxa, além de molho southern BBQ (poderia ser northern BBQ que daria na mesma, BBQ é BBQ).

As fritas

Para a avaliação das fritas, vide o quesito Fritas do Outback, é tudo a mesma coisa, inclusive minha nota, 7.



A aparência do lanche assusta pela altura e já é possível antever problemas de pegada. O pão é descrito no cardápio como "levemente tostado", mas o que se vê é um pão amarelado, com rachaduras em cima, o provável vilão que irá acabar com a pegada. No quesito aspecto, nota 8 para o Cowboy Burger, principalmente pela diferença do lanche real e da foto no menú.



A pegada

Como era de se esperar, o pão deu sinais de fraqueza e não aguentou nem até a metade das mordidas. Resumindo, tive que pedir G-A-R-F-O-E-F-A-C-A para terminar o lanche, uma vergonha para um burger que se preze. Não foi só o pão o responsável pelo vexame, mas a alface veio em enormes talos que complicavam o conjunto. Nota 4 para a pegada.



Avaliação geral

O quesito cocção ajudou - e muito - a nota do burger do Applebee's. Apesar de ser um lanche saboroso, a proporção entre carne e gordura se mostrou incorreta, pois o hamburguer em si começou a se desfazer no final. Também senti falta do queijo, o tal Jack-cheddar, que passou quase imperceptível. No geral, nota 6,5. (preço médio do hamburguer: R$ 30,00).

Applebee's Campinas: Av Iguatemi , 777 - 2º Piso - Shop. Iguatemi

http://www.applebees.com.br

Telefone: (19) 3722.2260


Último lugar: Rockville



Esta hamburgueria ficou isolada em uma categoria e, consequentemente, classificou-se em último lugar em nosso ranking pois é a única que não faz seu próprio patty, ou seja, o hamburguer é industrializado. Por este motivo, não deveria nem entrar no ranking, pois o fato de utilizar produto industrializado coloca-a diretamente na categoria dos auto-lanches, redes de fast-food e lanchonetes em geral - o que, obviamente, não é nosso foco aqui no ranking.

Mas já que acabei indo parar lá sem saber desse "detalhe" - aliás, só fui saber quando mordi meu burger, porque nem me ocorreu perguntar algo tão básico e também não li sobre isso na internet, muito menos no "guia telefônico" Veja Campinas - vou fazer a avaliação do lugar:

O tema é o bom e velho e batido anos 60, mas aqui não há mesas no estilo sofá, é tudo mais basicão mesmo, mas a fachada é bem caprichada.

O que chamou minha atenção foi o tal Cordeiro Prime Burger, com queijo prato, alface e maionese de hortelã, por meros 19 reais! Fritas para começar...

As fritas

Proposta interessante das fritas, com alecrim e alho, mas essa é a porção padrão, se você não curte um dos itens acima, talvez seja bom mencionar ao garçom. Achei que as batatas poderiam estar mais macias por dentro, o que pede uma leve cocção antes da fritura e não são todos os lugares que fazem isso, mas a textura me lembrou as batatinhas congeladas - nota 7. Ah, o ketchup é Heinz e a mostarda é Berna.



A aparência do lanche não levantou a lebre da carne industrializada, parecia honesto. O queijo veio cobrindo a carne e o pão poderia ter sido levemente tostado, mas ainda estava animada. Na primeira mordida, a broxada. O lanche em si não é ruim, mas eu estava buscando pelos gominhos de carne e a maciez da gordura que só um bom patty artesanal tem. Também senti falta da presença da maionese de hortelã, mas isso foi vacilo da atendente mesmo, que trouxe um potinho quando já estávamos na metade do lanche (pelo menos ela se desculpou).



A pegada

Não sei se é bom ou ruim, mas a pegada foi ótima... seria bom se não fosse devido ao fato do hamburguer industrializado parecer uma sola de sapato com sua compactação estranha e simétrica. A alface, colocada sob a carne, ficou completamente murcha. Talvez colocá-la por cima da carne resolva o problema... fica a dica. Legal também seria não se esquecer dos ingredientes durante a montagem, caso da maionese de hortelã. Nota 10 para a pegada, nota 4 para a montagem.



Avaliação geral

Infelizmente não temos condições de avaliar bem a Rockville. O uso de hamburguer industrializado por si só já descaracteriza o conceito deste ranking. Pode ser legal para quem não procura um hamburguer especial, para quem não liga a mínima pra esse negócio de patty, ou para ingredientes diferenciados e esse blá blá blá todo que esse blog fica falando... o legal foi ouvir do atendente que, apesar de ser hamburguer industrializado, a fábrica é do próprio dono da lanchonete. Bom, né? (preço médio do hamburguer: R$ 15,00)

Rockville: R. Antônio Lapa, 382, Cambuí. Tel: (19) 3396-8974

Enfim, esse é o Ranking M.O.Q.B. do melhor burger de Campinas, única e exclusivamente baseado na minha opinião. Após diversas visitas e 2kg a mais na balança, encerro este post com a sensação de que temos bons representantes do traditional burger gringo, o qual aprendemos a apreciar por aqui e que elevou o nível do que é servido em muitos lugares.

Colaboraram para este post: o maridão (GPB), Marcinha Japa (Rockville) e Marcela (Applebee's), que se dispuseram a encarar o "junk food" comigo.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Duo Bruschetteria e Bottega: só eu não conhecia?



Pela quantidade de comentários e indicações que recebi sobre o Duo Bruschetteria e Bottega, parecia que só eu ainda não conhecia o lugar. Talvez porque o Duo, que já existe há quase um ano em Campinas, tenha preferido tornar-se referência no boca-a-boca, esquema low profile mesmo, para a galera se sentir insider ao descobrir a casa escondida em uma ruazinha minúscula do Cambuí. E não é que o teaser funcionou? Pelo menos comigo, já estava ficando com faniquito pra ir lá conferir...

De tanto me falarem que é uma casinha aconchegante, com ares de Toscana, em uma viela charmosa e etc e tal, parecia que eu já conhecia o lugar antes mesmo de entrar. Como eu imaginava, rústico e acolhedor, totalmente apropriado para sentar com amigos e tomar bons vinhos, acompanhados de ótimos beliscos - não restritos somente às bruschettas que dão nome à casa. Os antepastos primam pela simplicidade das receitas tradicionais da cozinha da Toscana, cujo foco é preservar os antigos hábitos culinários, com ênfase em bons ingredientes, como deve ser. Além dos beliscos, alguns pratos também figuram no cardápio, como massas e carnes. A carta de vinhos é honesta e variada sem exageros, obviamente com boas opções de sangioveses e outras uvas italianas, mas sem deixar de lado boas pedidas de outros países.

Para abrir o apetite, pedimos bruschettas variadas, cada um com sua preferência. Só consigo me lembrar da minha escolhida, de abobrinha e berinjela grelhadas e um queijo tipo pecorino, e a do maridão, de berinjela caponata. Estavam ótimas, com pão crocante mas não duro além da conta e fartura de ingredientes. Não custam pouco e são individuais, mas valem cada mordida.





Na sequência pedimos uma porção de bolinhos de arroz arbóreo, que eu conheço por arancini mas no Duo o nome é outro que não me lembro ao certo, talvez Supli. Independente de como se chamam, o que importa é que estavam maravilhosos, super sequinhos e crocantes, com queijo derretido no interior, saiu até briga pelo último...

Sequinhos e crocantes por fora...

... e maravilhosamente cremosos por dentro

Ávidos por mais, pedimos a polenta mole trufada com ovo mollet, a melhor definição de comfort food gourmet. Dava pra notar que a polenta fora feita com matéria prima de alta qualidade, de certo italiana, nada de fubá mimoso não. O ovo mollet - cuja execução é difícil por ser um ovo mole que, além de descascado, é empanado e frito - estava muito bom, porém um tiquinho além do ponto. A gema poderia estar um pouco mais gelatinosa, mas o sabor do conjunto estava fantástico, principalmente devido às trufas negras raladas por cima de tudo, conferindo aquele aroma característico de "gás butano" ao prato...

Esqueci de mencionar o parma, que só agregou valor ao prato...

Nosso amigo Thiago experimentou a massa com ragú de carne e aprovou o prato, correto no ponto de cozimento e saboroso, porém ele observou que o ragú estava mais para um molho à bolonhesa e sabemos que existe uma diferença entre ambos, portanto fica aí uma ressalva, apesar de não ter sido o meu prato.

Vinho vai, vinho vem, estômagos agraciados, papo rolando gostoso, realmente nos sentimos à vontade naquele lugar. A energia é legal, acredito que o ensejo de fazer algo para amigos seja mesmo a essência do Duo. Começou para amigos, atraiu amigos dos amigos e hoje tem um público cativo e fiel, que não só frequenta a casa regularmente mas também gosta de falar bem dela. Sinto que este será o meu caso daqui pra frente...



Duo Bruschetteria e Bottega
Rua Gustavo Enge, 48 - Cambuí
fone: 3395-9699

terça-feira, 5 de julho de 2011

Le Triskell Bistrô: francês de respeito em Indaiatuba

Daí que um dia tive que ir a Indaiatuba para um compromisso e decidi experimentar um lugar que há muito ouvia falar, não só da boca dos amigos de Indaiatuba, mas também de diversas fontes que considero confiáveis. Já imaginava que não sairia desapontada, mesmo porque o bistrô conta atualmente com o chef francês Sébastien Michaut (ex La Palette), cuja expertise já tinha tido a oportunidade de ver no bistrô do The Royal. Mas o que eu não previa era o meu encantamento com a cozinha do lugar pois, além de satisfeita, saí de lá com a sensação de ter descoberto um tesouro.



Salão aconchegante e sem afetações

A cozinha conta com os clássicos tradicionais da culinária francesa, como os escargots de Bourgogne, foie gras mi-cuit, soupe à l'oignon (como deve ser), Coq au vin e inúmeros crepes de sobremesa, mas também traz certa dose da cozinha mediterrânea, bem representada pelas boas opções de risotos e massas.

O melhor de tudo foi poder provar o menú de almoço, com opção de entrada, principal e sobremesa por inacreditáveis R$ 49,50! (ainda menos críveis diante de pratos com média de valores acima dos 50 reais). Apesar de poucas opções, não sentimos falta de nada além do que estava ali, cada um ficou feliz com o que viu: eu fui de salmão defumado com folhas verdes, risoto de camarões e suflê de menta e chocolate. O maridão ficou com o tomate caqui assado com mozzarella de búfala e pesto, filet em crosta com mandioquinha surpresa (!) e crepe de banana com amêndoas. Para harmonizar, meia-garrafa de sauvignon blanc para mim, uma boa companhia para os amigos do mar, e outra meia-garrafa de cabernet sauvignon para ele (apesar da completa carta de vinhos, pouquíssimas opções de meia-garrafa).

O serviço foi um tantinho blasé no início, porém logo se mostrou eficiente, cortês e discreto e assim se seguiu ao longo da nossa permanência. Não fizemos questão do couvert, mesmo porque imaginamos que os pratos não demorariam, já que éramos a única mesa ocupada naquele momento. De fato, logo vieram as entradas, tempo ideal para o meu vinho ficar no ponto. A apresentação era das mais belas e delicadas, com flores e desenhos, capricho total. O salmão estava ótimo, mas o frescor das folhas que o acompanhavam era notável, chegavam a estalar na boca, sem falar no levíssimo molho, algo como um crème fraîche. O tomate caqui assado era tenro e saboroso por conta do pesto, tudo muito equilibrado.

Tudo fresco

Tomate assado

Os pratos principais também chegaram arrasando na apresentação, as fotos falam por si. Meu risoto, além de lindo, estava delicioso, cremosíssimo e cheio de pedaços gordos de camarão, naquele ponto de cozimento que estoura na boca. Não teve uma garfada sequer que só tenha vindo arroz, tamanha a fartura de camarões. Perfeito! O filé do maridão era ultra macio, com crosta bem crocante e a tal surpresa de mandioquinha, um tipo de rôsti envolta na folha de couve (acho que era couve) era bem úmida e saborosa. Vontade de comer aplaudindo.

Camarão, camarão, camarão...

Filet com surpresa


As sobremesas eram interessantes, o meu suflê era, na verdade, um tipo de semifreddo de hortelã, leve e aerado, mas natural e sem aquele corante verde radioativo. Contraste ideal com a calda quente de chocolate. O crepe não poderia estar melhor, com massa finíssima e recheio farto.

Naturalmente gostoso

Crepe executado à perfeição

O menú de almoço varia semanalmente e, realmente, é um ótimo negócio em termos de custo-benefício. Não que o cardápio não seja interessante, mas o preço do menú é imbatível se considerarmos a qualidade dos pratos. Fiquei entusiasmada para conhecer mais da cozinha do Le Triskell, digna de suas estrelas do guia Quatro Rodas por três anos consecutivos (2009, 2010 e 2011). Vale cada quilômetro rodado até Indaiatuba, inclusive o pedágio exorbitante de 9 reais e poucos cobrado na ida E na volta!



Le Triskell Bistrô - Indaiatuba/SP
www.letriskell.com.br