A convite dos amigos Gio e Gabs, fomos conhecer o Mori Sushi em Vinhedo. A casa faz parte de uma pequena rede, proveniente de Sampa, onde conta com mais algumas unidades - mas parece que tem alguma rixa aí, não entendi direito quem é de quem na história toda. Eles oferecem sistema a la carte ou festival de sushi (com ou sem sashimi), mas o pulo do gato é sentar no balcão, onde o sushiman vai poder dar vazão à criatividade de acordo com as reações dos clientes. Foi o que fizemos, e o resultado vocês conferem a seguir.
Logo na abertura dos trabalhos, o sushiman nos ofereceu uma primeira rodada "tímida", com o intuito de sentir qual era a nossa... os sushis tradicionais de qualquer restaurante, mas com temperatura corretíssima e acidez do arroz no ponto certo também, o que pode incomodar bastante quando está desequilibrado. Até aqui, tudo tranquilo, mas nada demais.
Com aquela voracidade que só os brasucas têm, devoramos tudo sem deixar um grãozinho de arroz sequer. O sushiman, notando nossa delicadeza, tratou de repor com fartura, porém perguntou se gostávamos de experimentar coisas "diferentes"... xiii, essa pergunta pode ter conotações esquisitas, mas ali no balcão do restaurante japa, dissemos que sim, com moderação. Foi aí que começou o processo artístico do rapaz, que foi nos testando com receitas, digamos, exóticas.
Para começar a brincadeira, ele mandou esse sushi de salmão semi-grelhado (que é só selado, na verdade), com molho tarê e estrelas de carambola. Olhei para o maridão e vi que ele estava quase fechando a cara, do tipo "detesto doce com salgado", mas também mordeu a língua: o sushi era sublime, tanto é que foi nosso favorito da noite, com direito a repeteco.
Sentindo nossa vibração, o sushiman resolveu prosseguir no terreno da invencionice e nos ofereceu um sushi de salmão batidinho, que tinha como base um quadradinho de abacaxi sobre licor de menta (!). O maridão e o Gabriel com aquela cara de "tá ficando fresco demais isso aqui", ficaram só olhando enquanto eu e a Gio, assanhadíssimas, íamos atacando tudo.
Dada a nossa empolgação, o sushiman deve ter pensado "é hoje que eu vou servir aquela receita mirabolante que ninguém nunca topa experimentar", mas resolveu segurar um pouco a onda e nos mandou duplinhas de salmon joe, aquele sushi cuja base é um rolinho de salmão por fora, com salmão picado com cebolinha por cima.
Depois de um pulinho na normalidade, o sushiman continuou com o festival, no sentido mais literal da palavra. Desta vez, um sushi de salmão com alguma coisinha frita por dentro - não vou conseguir descrever tudo no detalhe porque o sushiman escondia o jogo, dizendo que era para evitar plágios (!) - e acompanhado por couve frita.
Ávidos por mais novidades e após os meninos perderem um pouco do receio causado pela excentricidade do menu, experimentamos duas outras receitas que tinham frutas no preparo: ambos eram hot-rolls, porém um deles levava calda de maracujá com molho tarê e uma finíssima fatia no topo. O outro tinha calda de laranja com pedacinhos da fruta. Estavam bem gostosos, mas acho que o que levava maracujá ficou com o sabor da fruta muito acentuado, poderia ter mais equilíbrio.
Após o repeteco do salmão com carambola, experimentamos um sushi apelidado de "bolinho de chuva", por sua aparência. De fato, é como se fosse um bolinho frito, recheado com uma pasta de salmão, sobre licor de cassis com fatias de morango e flocos de arroz por cima (a piadinha do isopor foi inevitável ao ver os flocos de arroz, mas nosso sushiman entrou super no clima). A descrição pode fazer o bolinho-de-chuva parecer bizarro, mas não é. Pelo contrário, agradou.
Depois de tanta novidade, resolvi pedir um velho companheiro, com o qual costumo encerrar minhas refeições japas: o sushi skin. Mas não é que até ele tinha traços da criatividade do nosso sushiman? E não é que ficou bem melhor assim?
Satisfeitíssimos com o festival, ficamos naquele estado "contemplativo". Enquanto o pessoal decidia se continuava na cerveja ou não (tomamos aquela japa-canadense da qual falei neste post aqui), avistei a geladeira do Melona e soube o que eu queria: o melhor picolé de frutas do mundo. Para quem não sabe, Melona é uma marca de sorvetes coreanos, até pouco tempo atrás vendidos somente na Liberdade, mas que hoje caíram no gosto do público e podem ser encontrados em qualquer esquina. Levantei do meu banquinho enquanto rolava a discussão sobre a cerveja e peguei o meu sabor favorito: melão.
O valor do festival por pessoa no jantar é de R$ 47 e não inclui somente ovas e Unagi (alguém aí assiste Friends?). Vi no menú que também oferece festival no almoço por um valor mais baixo, mas não me lembro ao certo. Mas a dica mesmo é ficar perto do sushiman, no balcão mesmo, pois é ali que ele executa sua criatividade ao extremo.
Mori Sushi - Vinhedo
Rua Santos Dumont, 274
Centro - Vinhedo, SP
fone: (19) 3876 1727
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