domingo, 8 de maio de 2011

Enfim, o Mais Olho se rende ao Chef Theo

Tá bom, sei que sou teimosa e quando implico com uma coisa, posso demorar muito para me convencer do contrário. Não sei se já havia externado aqui no blog meus sentimentos com relação ao restaurante do badalado chef Theo Medeiros, mas minha cisma com o fato deles não aceitaram cartão de crédito me afastou durante um bom tempo da inevitável visita. É óbvio que o restaurante de um dos mais renomados chefs da região não poderia ficar de fora deste blog, cujo foco é justamente Campinas e adjacências, por isso eu dou aqui a mão à palmatória e assumo a culpa pela demora em fazer esta resenha.

Finalmente, baixei a guarda e decidi que era a hora de ir lá conhecer a casa e revisitar o trabalho do chef (que eu não provava desde a época do restaurante de Barão Geraldo e, mais longe ainda, do finado Espiegle). Era um sábado à noite e rumamos para o Cambuí, porém não sem antes garantir nossas reservas (eles escolhem o horário e só garantem a reserva até às 20:15h). A parte externa nos pareceu a melhor opção, ainda mais com mesinhas sob as árvores e iluminadas por velas, um clima super parisiense. A decoração é casual, sem nenhuma afetação, o que logo de cara me cativou.

Clima parisiense em pleno Cambuí

No cardápio, opções que mostram claramente a formação francesa clássica do chef, porém com toques de inventividade e ingredientes regionais. Nas entradas, nossas escolhas foram as vieiras gratinadas (imagina que eu não pediria vieiras) e a mini caçarola de camarões e cogumelos.

A carta de vinhos não é das mais extensas, mas tem várias boas opções de diversos países e das mais variadas uvas e preços, bem completa. Como escolhemos carnes para o prato principal (ainda chego lá), pedimos vinho branco em taça para acompanhar nossas levíssimas entradas e um tinto para os principais (o ótimo Tabalí Reserva, aquele mesmo Cabernet Sauvignon que tomamos no Conte), cujas escolhas foram o filet mignon recheado com brie para mim e a paleta de cordeiro com molho de hortelã para o maridão.

Para petiscar, somente os levíssimos grissini (com massa folhada), porém não há cobrança de couvert. As entradas vieram logo: as vieiras, nadando em manteiga de ervas, gorduchas e apetitosas, não me desapontaram. Estavam deliciosas, muito macias (no ponto perfeito de cozimento) e temperadas na medida. A mini caçarola também estava gostosíssima, com camarões carnudos que estouravam na boca, imersos em um molho leve, porém saboroso, de tomate com creme de leite fresco e trigo, além dos cogumelos frescos.

Grissini para petiscar

Lindas e gostosas!

Ótima pedida para entrada

Aos poucos a casa foi enchendo, na maioria casais de todas as idades e pequenos grupos de amigos, lotando as mesas tanto da área externa quanto interna. Mesmo com a proximidade das mesas, não sentimos que nossa conversa era ouvida e nem tivemos que participar do papo dos outros. Mudamos para o vinho tinto para esperar pelos pratos principais, que também não demoraram para chegar. Meu filé tinha um visual belíssimo e logo já pude perceber que o ponto viera exatamente como o pedido, bem mal passado. O cordeiro do maridão também encheu os olhos, um belo pedaço de paleta acompanhado de fettuccine persillee.

Meu filé era daqueles que se podem cortar com as costas da faca, ultra macio. O abundante queijo brie escorria pelos lados, misturando-se ao ótimo risoto de castanhas e frutas secas, cremoso e no ponto. O cordeiro do maridão estava ótimo, quase não sobrou uma garfada para eu experimentar. Carne muito tenra e macia, par perfeito com o molho de hortelã e o fettuccine al dente. Tudo irretocável.

Filé

Paleta

Nas sobremesas, muitas opções interessantes, porém quis experimentar o clássico creme brûllé na versão do chef, com chocolate branco e manga flambada. Grata surpresa, creme leve e não muito doce (fiquei com receio por ser chocolate branco), com lâminas de manga flambadas e tostadinhas de leve pelo maçarico, delícia.

Creme brûllée alternativo

No final das contas, além da ótima experiência gastronômica, o restaurante do chef Theo ainda tem a vantagem de não ter preços salgados, nem nos pratos nem na carta de vinhos. Excelente relação custo x benefício, uma vez que a cozinha não desaponta. Não é à toa que o chef tem seu trabalho consagrado e reconhecido.

Theo Medeiros (www.cheftheo.com.br)
Rua Sampaio Ferraz, 175
Bairro Cambuí
fone: 3255-4333

4 comentários:

  1. Adoreo o Theo Medeiros. Sempre que posso vou lá. Da primeira vez que fui com meu marido, pedimos os mesmos pratos que você e seu marido. Às vezes ainda me lembro do sabor do risoto de castanhas e frutas secas que acompanhou a carne. Uma delícia, né?
    Abraços,
    patrícia

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  2. Olá, Mari.
    Conhcei seu blog numa busca pelo Gallo Nero (acabei de vir do Casa de Maria, trabalho em Barão, e só hoje soube desse outro restaurante do chef André, de quem sou fã).
    Quanto ao chef Theo, o restaurante é bom, mas acho sinceramente uma afronta ele não aceitar cartão nem de débito. Fizemos uma reserva grande no aniversário do meu marido e ninguém nos avisou da restrição ao cartão. Sorte que duas pessoas na mesa tinham cheque (coisa que não tenho há muito tempo) e tudo se resolveu.
    Parabéns pelo blog! Eu e meu marido somos gourmets e com certeza vamos virar habitués do seu cantinho.
    Bjos,
    Ana Paula

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  3. Ah, aproveito para fazer uma indicação, se me permite: vá correndo conhecer o Duo Bruschetteria e Bottega, numa rua escondidinha do Cambuí. É fantástico! Ambiente rústico, sem frescuras, equipe simpática e comida deliciosa. As brusquetas são divinas, e os pratos tb não decepcionam.

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  4. Oi Ana Paula,
    obrigada pela visita, pelo comentário e, principalmente, pela dica! Ainda não tinha ouvido falar, adoro esse tipo de lugar que chega de mansinho, geralmente não deapontam...
    Voltem sempre ao blog, leitores que contribuem são muito bem-vindos (sorry, ainda não consigo escrever "benvindos" como a nova ortografia pede, me dói a vista... rs...)
    Bjs!

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