domingo, 26 de junho de 2011

Olivetto? Não, obrigada...



Taí um post que vai gerar polêmica, mas tentemos não nos ater aos fatores irracionais e/ou emocionais que nos fazem gostar - ou não - deste ou daquele restaurante, mas sim nos concentrar em fatos que servem de base para a opinião aqui emitida.

Tive o cuidado de não falar sobre o Olivetto após a primeira experiência (que não foi das melhores), aguardando uma segunda visita, mesmo que não houvesse muito ânimo para isso. Na primeira vez que estive no restaurante - cujo relato completo não farei aqui - dois fatos em especial me desagradaram:

O primeiro deles ocorreu durante a espera pela mesa, quando o maitre nos ofereceu uma taça de espumante enquanto aguardávamos, sem mencionar o valor da mesma. Aceitamos e, para nossa surpresa, tratava-se de uma das mais caras opções de espumante da carta, cujo valor cobrado pela taça passava dos 20 reais. Se é para oferecer algo especial, deve-se ao menos mencionar que trata-se de algo especial, sugestionando que seu preço pode ser mais alto. Como a sugestão nos foi feita no bar, sem estarmos com a carta de vinhos em mãos, fiquei realmente incomodada por não ter tido a oportunidade de checar o quanto eu iria pagar pelo oferecimento (por um pouco a mais eu poderia ter escolhido um dos bons vinhos da carta nessa faixa de preço).

O segundo fato ocorreu quando constatei a pequena quantidade de comida no meu prato - um risoto - pedido como prato principal. Tratava-se de prato raso e o risoto não alcançava um dedo de altura no prato. Nem em restaurante francês vi uma porção tão pequena de comida sendo servida como prato principal (cujo valor ultrapassa os 30 reais). O Olivetto é um restaurante de cozinha italiana... não?

Depois de muito tempo - e de muito titubear - voltei ao Olivetto para tirar a prova, ou checar se não se tratava de um dia ruim. Quanto à carta de vinhos, não tenho nenhuma ressalva, pelo contrário, as opções são ótimas e há muitos vinhos com excelente relação custo x benefício. O serviço pode ser um pouco blasé no início, mas depois torna-se adequado.

Optamos pelo couvert completo, sem entradas. De principais, o maridão optou pelo Raviolloni de cordeiro com molho de funghi e eu, para fazer coro, fui de carré de cordeiro com legumes e risoto de shimeji. Quanto ao ponto do cordeiro, lógico que não posso pedir o mesmo ponto que peço para a carne de vaca, mas deixei claro que não gostaria que fosse bem-passado. Para acompanhar, um cabernet sauvignon chileno que não me lembro ao certo se era um Tabalí Reserva, mas lembro que estava ótimo.

No couvert o destaque é para o pão, fresquíssimo e muito bem feito. Manteiga aviação individual, um patê de qualquer coisa e legumes em palito completam o time. Bastava o pão e o vinho para nos entreter enquanto esperávamos pelos pratos.

Pão perfeito

Os pratos vieram sem muita demora, mas o quesito quantidade continuou a me incomodar. Que fique claro que não estou analisando com base no meu apetite descomunal, mas com base em um "padrão" que leva em consideração o tipo de cozinha e o preço dos pratos. Basta olhar a quantidade de risoto que acompanhava o cordeiro para entender que não se trata de implicância da minha parte. Quanto ao sabor (que deveria ser o mais importante), nunca havia experimentado um cordeiro com gosto (ou falta dele) e textura de filé mignon bem passado e sem sal. A carne estava dura e insossa, uma tristeza. Tive que fazer uma das coisas que mais detesto e que fiz pouquíssimas vezes na minha vida, devolver o prato. Situação das mais desagradáveis ter que explicar ao maitre - que teria que explicar à cozinha - o porquê do prato estar intragável. Como já havia experimentado o prato do maridão e estava muito bom, acabei pedindo o mesmo para não ter erro. Mas a esta altura o jantar já estava arruinado pra mim, além da espera enquanto assistia a refeição alheia e o mal-estar com a brigada.

Corretíssimo raviolloni, porém em pouca quantidade

O cordeiro da discórdia

Não sei o que acontece com certos restaurantes que são adorados por alguns e odiados por outros. No meu caso, não gosto do Olivetto pois tive más experiências por lá e não tenho a menor vontade ou intenção de insistir no erro. Não acredito que seja o caso de irregularidade, pois não foi só o fator "comida ruim" que me desagradou, mas outros quesitos que influenciam diretamente no julgamento de um restaurante. Estou certa de que muitos já tiveram boas experiências por lá, pelo menos é o que ouço por aí, mas não foi o meu caso e não posso fingir que minhas experiências não existiram. Na minha opinião, o Olivetto é mais olho.




www.olivettorestaurante.com.br

3 comentários:

  1. Nao, Olivetto "no more"!
    Em um dia especial, fiz "reserva" para o jantar e fui bem clara que era uma data importante e que gostaria de uma mesa mais reservada para dar um clima "romântico". Pois bem, nos colocaram ao lado de uma turma de mais ou menos 20 pessoas que mais pareciam estar em uma pizzaria. Sabe aquelas mesas gigantes com pessoas falando alto...super romântico nao? Enfim os pratos: tive o azar de pedir o carré com legumes. Carré seco e sem sabor, legumes que pareciam tirados da água e colocados direto no meu prato ainda em cozimento, um horror. O prato do meu marido nao me lembro, mas recordo também da pouquíssima quantidade. Por se tratar de uma data especial realmente acreditei que teria uma surpresa quanto a sobremesa.(como acontece em ótimos e vários restaurantes).Ilusao.
    A carta de vinhos é muito boa mesmo...mas e aí? Para mim, nao faz o menor sentido.
    Realmente, vc acertou de novo Mari.
    Gio

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  2. Oi Gio,
    pois é, vejo que o caso do carré não foi um lapso isolado da cozinha, vc também passou por isso... mas tenho certeza de que comentários positivos sobre o Olivetto vão surgir, é uma questão de ponto de vista, mas pra mim já vi o suficiente, acho que vc também...

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  3. Na 1a vez que estivemos lá, meus pais pediram lagosta e a cozinha conseguiu estragar o prato cozinhando demais... Depois voltamos e foi bem melhor mas mesmo assim, a má impressão ficou...

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