Bom, já que o blog tem foco nos estabelecimentos de Campinas, vou dar meu breve parecer sobre a cidade, no que diz respeito à gastronomia e o perfil de seus habitantes:
Se eu fosse abrir um restaurante em Campinas, acredito que passaria uns dois anos tentando traçar um plano de marketing com inúmeras estratégias para atrair e fidelizar meu público-alvo e, ainda sim, as chances de falir seriam altas. Isso porque é extremamente difícil entender algumas peculiaridades sobre a cidade e seu povo, como por exemplo: muitas pessoas são fanáticas pelos famigerados "auto-lanches", modalidade de lanchonete existente, em sua grande maioria, nas cidades do interior. Mas o mais intrigante é que as pessoas vão aos auto-lanches justamente para comer dentro do veículo! Fico me perguntando: qual a graça? Imagino aquele casal que acabou de se conhecer, o cara finalmente liga para convidar a menina para sair, ela se arruma toda e o "jantar romântico" acontece no pátio de brita de um auto-lanche (provavelmente lotado), à luz das demais lanternas dos carros (sim, acende-se a lanterna para chamar o atendente!), tentando comer um lanche cuja montagem definitivamente não obedece os critérios de dosagem de recheios e molhos, com uma bandeja de inox presa à janela do carro. Lindo! Pelo menos os auto-lanches oferecem mesinhas para quem quiser ser excêntrico (o bom é que sempre vai ter lugar nas mesinhas, já para estacionar o carro...).
Outra febre na cidade são os carrinhos de hot-dog. Tem um que até virou "case" de sucesso, com história narrada em revista e tudo, cuja trajetória mostra a evolução de um pequeno carrinho e suas dificuldades iniciais até culminar em uma rede de franquias com lojas em shopping-centers da cidade. Os carrinhos mais famosos são conhecidos pelo nome de seus donos ou pelo local onde ficam e a vedete é o hot-dog que pesa quase 1kg, com tudo o que se tem direito de enfiar nele...
Uma característica marcante de alguns dos restaurantes famosos de Campinas é perguntar aos seus freqüentadores, quando eles chegam por volta das 11 horas da noite, se eles vieram para jantar (?), pois a cozinha irá fechar em breve... daí que algumas pessoas não gostam de ouvir que Campinas é provinciana...
Na cena gastronômica de Campinas (essa expressão é péssima, mas talvez vocês entendam a ironia), nós cidadãos contamos com inúmeros estabelecimentos das mais variadas cozinhas, porém alguns restaurantes têm um papel de destaque tão grande que as pessoas acabam se esquecendo de que existem outra opções e, entra ano e sai ano, elas se aglomeram em filas de espera intermináveis, como um vício. O Fellini, por exemplo (ainda vou falar dele), invariavelmente tem fila na porta, tanto para o almoço como para o jantar. Lógico que é bom, senão não seria tão lotado, mas se eu passo por lá e vejo a fila, já nem desço do carro, vou para outro lugar. E é isso que as pessoas não costumam fazer, lembrar-se de que existem outras opções bacanas na cidade, dignas de crédito (e bem perto dali, inclusive).
Nos distritos de Campinas, como Sousas e Joaquim Egídio, encontram-se restaurantes ótimos, o que nos permite sair do eixo Cambuí-Shopping. Aliás, o meu italiano favorito está em Joaquim Egídio e o "melhor" francês da cidade em Sousas ("melhor" está entre aspas pois não sou eu quem estou dizendo, é a VEJA Campinas, por anos seguidos). Vamos falar muito destes lugares, inclusive de restaurantes que ficam em outras cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) que merecem ser citados.
É isso aí, com o tempo o blog vai ter sua lista de restaurantes avaliados e aí sim, poderá cumprir sua missão de servir como referência na busca pelo restaurante ideal para cada ocasião.
sábado, 9 de janeiro de 2010
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